Governo demarca-se de Miss África do Sul em Israel
Pretória, África do Sul (PANA) - O Governo sul-africano decidiu distanciar-se de uma decisão dos organizadores do concurso Miss África do Sul de participar no evento anual de Miss Universo, em dezembro próximo, em Israel.
A decisão anunciada domingo surge após crescentes apelos para que a atual Miss África do Sul, Lalela Mswane, boicote o concurso programado para Eilat, em 12 de dezembro.
"Os organizadores locais do concurso de beleza têm sido inflexíveis que a Miss África do Sul deve ir ao evento, argumentando que o concurso Miss Universo “não é um evento de inspiração política.
“Revelou-se difícil persuadir os organizadores do concurso Miss África do Sul a reconsiderar a sua decisão de participar no evento Miss Universo”, declarou o Ministério das Artes e Cultura num comunicado.
Em consequência, prosseguiu, o Governo “retira portanto o seu apoio” após a “intransigência e desrespeito” dos organizadores.
“As atrocidades cometidas por Israel contra os Palestinos estão bem provadas e o Governo, como legítimo representante do povo da África do Sul, não pode em sã consciência associar-se a elas”, sublinha o Ministério no seu comunicado.
A África do Sul apoia a causa palestina com relações diplomáticas formais estabelecidas, em 1995, um ano após o fim do apartheid.
Baixou o nível da sua embaixada em Tel Aviv, capital israelita, em 2019, e retirou o seu embaixador.
A ministra das Artes, Nathi Mthethwa, disse que a decisão de ir em frente e participar no evento pode "ser desastrosa para o futuro dela [de Mswane] e para a posição pública como jovem negra".
Também o partido governante, Congresso Nacional Africano (ANC), exortou os organizadores “a ouvir e seguir o apelo da esmagadora maioria para que a equipa do Miss África do Sul boicote o próximo Miss Universo organizado pelo Israel do apartheid”.
-0- PANA IZ 15nov2021