Agência Panafricana de Notícias

Governo da RDC preocupado com insegurança no leste do país

Kinshasa- RD Congo (PANA) -- As alegações de violações sexuais generalizadas, do desaparecimento dum ativista da sociedade civil e de locais inseguros fomentaos por bandos armados residuais preocupam a mais alto nível o Governo da República Democrática do Congo (RDC), anunciou quinta-feira em Kinshasa o ministro congolês da Comunicação e Medias, Lambert Mende.
Num briefing em Kinshasa, o ministro refutou longamente informações, divulgadas por médias periféricos, segundo as quais "a RDC é a capital mundial das violações sexuais".
Mende sublinhou no entanto que "a RDC está longe de ser, em matéria de violações sexuais, um caso muito especial que certas pessoas persitem em estigmatizar".
Ao basear-se nas "estatísticas criminais mundiais mais recentes", ele indicou que o seu país está no 27º lugar com uma taxa de 0,0766 casos de violações sexuais em cada mil pessoas, longe depois de alguns países como a França (14º lugar) ou ainda os Estados Unidos (9º lugar).
Por outro lado, Mende confirmou o desaparecimento de Sylvestre Bwira, um ativista da sociedade civil do território de Masisi, na província de Kivu-Norte (leste) "após ter sido raptado por um grupo de indivíduos".
Sylvestre Bwira vinha sendo vítima de várias ameaças, por ter denunciado a sobrevivência de grupos armados conotados com o CNDP (Congresso Nacional para a Defesa do Povo) de Laurent Nkunda, rebelde congolês de origem Tutsi (tribo minoritária), referiu-se.
Relativamente aos atos dos bandos armados nesta parte da RD Congo, o ministro reconheceu que uma "associação criminosa entre o movimento rebelde ruandês FDLR (Forças Democráticas de Libertação do Ruanda) e Maï Maï (milícias congolesas) perpetrou, no final de Julho último violências contra cerca de 180 mulheres e crianças".
Ele reiterou o compromisso do Governo congolês de "erradicar completamente estes grupos armados estrangeiros que saqueiam o território congolês semeando a morte e a desolação desde há mais de 14 anos".
Lambert Mende pediu consequentemente aos parceiros na pacificação da RDC "para irem para além duma solidariedade proclamada participando, no terreno, no reforço das capacidades do sistema de segurança do Congo".