PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Governo congolês processa autor e editora do livro "O Genocídio dos Laris"
Brazzaville, Congo (PANA) – O Governo congolês lançou ações judiciais contra o autor e a editora do livro "Génocídio dos Laris no Congo", respetivamente Dominique Kounkou e L’Harmattan, anunciou segunda-feira em Brazzaville o ministro congolês da Justiça, Direitos Humanos e Promoção dos Povos Autóctones, Aimé Ange Wilfrid Bininga.
Reagindo à publicação deste livro, Biminga refutou estas "alegações falsas", sublinhando que "o Governo nunca desenvolveu a intenção de planificar qualquer genocídio contra o seu próprio povo, muito menos contra a etnia Lari".
A seu ver, estas alegações representam uma autêntica mentira porque o Congo é signatário das cartas e das convenções sobre os direitos humanos.
Assim sendo, prosseguiu, o Governo decidiu processar o autor do livro, Dominique Kounkou, bem como a editora L’Harmattan.
O governante sublinhou que o Congo está em perfeita harmonia com os mecanismos universais dos direitos humanos e que, como tal, "estes atos não podem continuar impunes. O rigor da regra do direito deve aplicar-se contra os autores destas alegações".
O livro é ilustrado por fotos falsificadas, alusivas a uma catástrofe ocorrida a 20 de março de 2017 no Gana, segundo o Governo.
O ministro da Justiça informou também que o Governo constituiu os seus conselhos em Paris (França) onde as ações judiciais serão intentadas (porque o autor reside em França).
Todavia, o autor deste livro de 120 páginas, que está a dar que falar nas redes sociais, revela um plano, alegadamente elaborado pelo regime no poder no Congo desde 1999, de exterminação da etnia Lari, oriunda da região de Pool, no sul do país.
Dominique Kounkou, um antigo advogado da Ordem de Paris, indica nesta obra que "este plano de genocídio dos Laris data de 1963", após a destituição do então regime do Presidente e padre Fulbert Youlou, natural de Pool.
O Lari é uma língua pertencente à cultura Kongo. Trata-se de uma forma de Kikongo falado em Brazzaville, tendo sido utilizado como alternativa ao francês pela administração colonial, nomeadamente por militares, por polícias e por comerciantes.
O dialeto permitiu igualmente o desenvolvimento da cultura urbana Kongo, caraterizada pelo gosto pela boa aparência (vestimenta), pela música, pelo artesanato ou ainda e sobretudo pelo SAPE (arte de se vestir melhor).
Porém, a etnia com um maior número de vítimas dos genocídios e dos desmandos políticos, de "tribunais punitivos" para golpistas reais ou imaginários, da violência política protagonizada por sucessivos regimes no poder, nomeadamente entre 1993 e 2000.
Hoje ainda, mesmo que seja relativamente maioritária, ou seja 20 a 25 porcento da população total do Congo, a etnia Lari é a menos representada nas altas esferas civis e militares.
-0- PANA MB/IS/SOC/FK/DD 23out2018
Reagindo à publicação deste livro, Biminga refutou estas "alegações falsas", sublinhando que "o Governo nunca desenvolveu a intenção de planificar qualquer genocídio contra o seu próprio povo, muito menos contra a etnia Lari".
A seu ver, estas alegações representam uma autêntica mentira porque o Congo é signatário das cartas e das convenções sobre os direitos humanos.
Assim sendo, prosseguiu, o Governo decidiu processar o autor do livro, Dominique Kounkou, bem como a editora L’Harmattan.
O governante sublinhou que o Congo está em perfeita harmonia com os mecanismos universais dos direitos humanos e que, como tal, "estes atos não podem continuar impunes. O rigor da regra do direito deve aplicar-se contra os autores destas alegações".
O livro é ilustrado por fotos falsificadas, alusivas a uma catástrofe ocorrida a 20 de março de 2017 no Gana, segundo o Governo.
O ministro da Justiça informou também que o Governo constituiu os seus conselhos em Paris (França) onde as ações judiciais serão intentadas (porque o autor reside em França).
Todavia, o autor deste livro de 120 páginas, que está a dar que falar nas redes sociais, revela um plano, alegadamente elaborado pelo regime no poder no Congo desde 1999, de exterminação da etnia Lari, oriunda da região de Pool, no sul do país.
Dominique Kounkou, um antigo advogado da Ordem de Paris, indica nesta obra que "este plano de genocídio dos Laris data de 1963", após a destituição do então regime do Presidente e padre Fulbert Youlou, natural de Pool.
O Lari é uma língua pertencente à cultura Kongo. Trata-se de uma forma de Kikongo falado em Brazzaville, tendo sido utilizado como alternativa ao francês pela administração colonial, nomeadamente por militares, por polícias e por comerciantes.
O dialeto permitiu igualmente o desenvolvimento da cultura urbana Kongo, caraterizada pelo gosto pela boa aparência (vestimenta), pela música, pelo artesanato ou ainda e sobretudo pelo SAPE (arte de se vestir melhor).
Porém, a etnia com um maior número de vítimas dos genocídios e dos desmandos políticos, de "tribunais punitivos" para golpistas reais ou imaginários, da violência política protagonizada por sucessivos regimes no poder, nomeadamente entre 1993 e 2000.
Hoje ainda, mesmo que seja relativamente maioritária, ou seja 20 a 25 porcento da população total do Congo, a etnia Lari é a menos representada nas altas esferas civis e militares.
-0- PANA MB/IS/SOC/FK/DD 23out2018