Niamey, Níger (PANA) – A Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) do Níger recomendou esta quinta-feira ao Governo nigerino a instalação duma estrutura de inquérito independente para “esclarecer e situar as responsabilidades” durante as violentas manifestações de 15 de março último, em que quatro pessoas morreram em Niamey.
Apesar de proibidas, manifestações foram organizadas a 15 de março corrente por atores da sociedade civil em Niamey, para denunciarem o "escândalo de desvio de fundos" na aquisição de material militar, indica-se.
Desde sexta-feira última, aglomerações de mais de mil pessoas estão proibidas pelas autoridades com vista a lutar-se contra a pandemia do coronavírus no país.
Mas os organizadores do evento estão convencidos de que esta medida visa restringir as liberdades de expressão da sociedade civil.
Numa declaração lida pelo seu secretário-geral, Talidi Hamidou Moussa, a CNDH sublinhou ter empreendido, em vão, iniciativas para levar organizadores da marcha a ponderarem a sua decisão de irem à frente, apesar da proibição da mesma anunciada pelo Governo.
"A CNDH, no quadro da sua missão constitucional, quis inteirar-se sobre a situação, ao deslocar-se às instalações da Polícia Judiciária, onde estão detidas pessoas quando se manifestavam, violando a proibição”, indicou.
Segundo a mesma entidade, membros da delegação, incluindo o seu presidente, Khalid Ikhiri, foram impedidos de participar na marcha pelo diretor-geral da Polícia Nacional.
-0- PANA SA/JSG/FK/DD 19março2020