PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Governo angolano entrega este ano à UNITA restos mortais de Jonas Savimbi
Luanda, Angola (PANA) - O Governo angolano vai entregar ainda este ano à UNITA os restos mortais do seu antigo líder, Jonas Savimbi, ex-chefe rebelde morto em combate em 2002, confirmou terça-feira o atual presidente desta organização partidária, Isaías Samakuva.
O líder da UNITA (União Nacional para Independência Total de Angola) falava à imprensa no final de uma audiência com o Presidente da República, João Lourenço, de quem diz ter recebido a garantia de que os restos mortais de Savimbi serão exumados este ano.
Savimbi morreu em combate a 22 de fevereiro de 2002, na comuna de Lucusse, na província oriental angolana do Moxico, onde foi enterrado no dia seguinte, no cemitério municipal da cidade do Luena, sede provincial, e onde permanece até hoje à guarda do Estado angolano.
“O senhor Presidente (da República) comunicou-nos alguns passos novos que até constam de uma decisão tomada hoje e que consta de um despacho interno, e deu um prazo dentro do qual gostaria de ver este assunto resolvido”, declarou o líder do principal partido da oposição.
Segundo ele, o chefe de Estado angolano prometeu "empenhar-se pessoalmente" no processo de exumação do corpo de Savimbi, cuja morte em combate ditou o fim da guerra civil angolana iniciada pouco após a Independência nacional, em 1975.
Samakuva, que se fez acompanhar de Ernesto Mulato, coordenador da Comissão das Exéquias do líder fundador do antigo movimento rebelde transformado em partido político, não avançou a data exata para a exumação e inumação dos restos mortais de Jonas Savimbi.
Contudo, sublinhou que o Presidente da República "garantiu que, ainda este ano, o assunto estaria resolvido".
“A UNITA pedia uma série de coisas que não foram respondidas. No entanto, nesta altura, isso já não conta. O essencial é que o assunto está de pé (...) e o senhor Presidente nos transmitiu aquilo que ordenou e deve acontecer”, frisou.
A questão da reconciliação nacional e a atual situação económica e social do país foram outros assuntos abordados na conversa entre o Presidente da República e o líder do maior partido da oposição angolana.
Isaías Samakuva considerou que o processo de reconciliação nacional precisa ainda de conhecer passos maiores e de ter em consideração, por exemplo, "duas questões que já têm sido bastante badaladas, nomeadamente a da reinserção social de ex-militares e as pensões que não cubram apenas os antigos combatentes, mas também as viúvas.
“Há viúvas que mereciam alguma atenção do Estado, mas têm atravessado muitas dificuldades porque não têm recebido pensões de reforma”, disse.
Para Isaías Samakuva, paralelamente à questão da exumação que se inclui no quadro da reconciliação nacional, é também essencial a inserção de viúvas no processo de pensões ou de reforma dos antigos militares, para reduzir as suas dificuldades.
Falou da necessidade de os Angolanos ultrapassarem as diferenças existentes, trabalhando num processo de inclusão para desenvolver o país e trazer prosperidade para os cidadãos.
Disse ter defendido um diálogo mais aberto entre todas as sensibilidades para que todos contribuam para a reconciliação nacional.
O compromisso assumido pelo Presidente João Lourenço responde a lamentações feitas por Isaías Samakuva, recentemente, de que a contínua retenção dos restos mortais de Savimbi, pelo Estado angolano constitui "um testemunho gritante da política de exclusão entre irmãos".
No seu entender, essa atitude governamental "simboliza a necessidade imperativa da genuína reconciliação nacional" e está a impedir a realização de um "funeral condigno" do líder histórico da UNITA nascido a 03 de agosto de 1934.
Na primeira reação governamental a estas preocupações, o Ministério angolano do Interior lembrou, segunda-feira, que o processo foi iniciado pelo líder da UNITA, a 11 de dezembro de 2014, numa carta endereçada ao então Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Na carta, Samakuva pedia a indicação de um interlocutor do Governo para abordar o assunto e iniciar o processo de exumação e inumação dos restos mortais de Savimbi,
O documento refere que, em resposta, o Presidente Eduardo dos Santos indicou o Ministério do Interior para representar o Governo, enquanto a UNITA indicou o seu então vice-presidente, Ernesto Mulato, como coordenador da Comissão das Exéquias.
Durante um encontro entre as duas partes, em maio de 2015, a delegação da UNITA apresentou um caderno de encargos sobre as exéquias de Savimbi, que previa atividades até ao primeiro trimestre de 2016, explica o documento, acrescentando que se seguiram outras reuniões com Samakuva e demais membros da direção da UNITA "para a abordagem de questões pontuais".
No seu documento, o Ministério do Interior revela que a direção da UNITA "ainda não enviou" os documentos referentes ao processo e que não aborda o assunto no mecanismo da comissão criada para o efeito.
Todavia, o Ministério manifesta a sua disponibilidade para continuar a tratar do assunto, nos termos da orientação política do Executivo angolano, tendo já enviado uma correspondência a Isaías Samakuva sobre o assunto, conclui o documento.
-0- PANA IZ 15agosto2018
O líder da UNITA (União Nacional para Independência Total de Angola) falava à imprensa no final de uma audiência com o Presidente da República, João Lourenço, de quem diz ter recebido a garantia de que os restos mortais de Savimbi serão exumados este ano.
Savimbi morreu em combate a 22 de fevereiro de 2002, na comuna de Lucusse, na província oriental angolana do Moxico, onde foi enterrado no dia seguinte, no cemitério municipal da cidade do Luena, sede provincial, e onde permanece até hoje à guarda do Estado angolano.
“O senhor Presidente (da República) comunicou-nos alguns passos novos que até constam de uma decisão tomada hoje e que consta de um despacho interno, e deu um prazo dentro do qual gostaria de ver este assunto resolvido”, declarou o líder do principal partido da oposição.
Segundo ele, o chefe de Estado angolano prometeu "empenhar-se pessoalmente" no processo de exumação do corpo de Savimbi, cuja morte em combate ditou o fim da guerra civil angolana iniciada pouco após a Independência nacional, em 1975.
Samakuva, que se fez acompanhar de Ernesto Mulato, coordenador da Comissão das Exéquias do líder fundador do antigo movimento rebelde transformado em partido político, não avançou a data exata para a exumação e inumação dos restos mortais de Jonas Savimbi.
Contudo, sublinhou que o Presidente da República "garantiu que, ainda este ano, o assunto estaria resolvido".
“A UNITA pedia uma série de coisas que não foram respondidas. No entanto, nesta altura, isso já não conta. O essencial é que o assunto está de pé (...) e o senhor Presidente nos transmitiu aquilo que ordenou e deve acontecer”, frisou.
A questão da reconciliação nacional e a atual situação económica e social do país foram outros assuntos abordados na conversa entre o Presidente da República e o líder do maior partido da oposição angolana.
Isaías Samakuva considerou que o processo de reconciliação nacional precisa ainda de conhecer passos maiores e de ter em consideração, por exemplo, "duas questões que já têm sido bastante badaladas, nomeadamente a da reinserção social de ex-militares e as pensões que não cubram apenas os antigos combatentes, mas também as viúvas.
“Há viúvas que mereciam alguma atenção do Estado, mas têm atravessado muitas dificuldades porque não têm recebido pensões de reforma”, disse.
Para Isaías Samakuva, paralelamente à questão da exumação que se inclui no quadro da reconciliação nacional, é também essencial a inserção de viúvas no processo de pensões ou de reforma dos antigos militares, para reduzir as suas dificuldades.
Falou da necessidade de os Angolanos ultrapassarem as diferenças existentes, trabalhando num processo de inclusão para desenvolver o país e trazer prosperidade para os cidadãos.
Disse ter defendido um diálogo mais aberto entre todas as sensibilidades para que todos contribuam para a reconciliação nacional.
O compromisso assumido pelo Presidente João Lourenço responde a lamentações feitas por Isaías Samakuva, recentemente, de que a contínua retenção dos restos mortais de Savimbi, pelo Estado angolano constitui "um testemunho gritante da política de exclusão entre irmãos".
No seu entender, essa atitude governamental "simboliza a necessidade imperativa da genuína reconciliação nacional" e está a impedir a realização de um "funeral condigno" do líder histórico da UNITA nascido a 03 de agosto de 1934.
Na primeira reação governamental a estas preocupações, o Ministério angolano do Interior lembrou, segunda-feira, que o processo foi iniciado pelo líder da UNITA, a 11 de dezembro de 2014, numa carta endereçada ao então Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Na carta, Samakuva pedia a indicação de um interlocutor do Governo para abordar o assunto e iniciar o processo de exumação e inumação dos restos mortais de Savimbi,
O documento refere que, em resposta, o Presidente Eduardo dos Santos indicou o Ministério do Interior para representar o Governo, enquanto a UNITA indicou o seu então vice-presidente, Ernesto Mulato, como coordenador da Comissão das Exéquias.
Durante um encontro entre as duas partes, em maio de 2015, a delegação da UNITA apresentou um caderno de encargos sobre as exéquias de Savimbi, que previa atividades até ao primeiro trimestre de 2016, explica o documento, acrescentando que se seguiram outras reuniões com Samakuva e demais membros da direção da UNITA "para a abordagem de questões pontuais".
No seu documento, o Ministério do Interior revela que a direção da UNITA "ainda não enviou" os documentos referentes ao processo e que não aborda o assunto no mecanismo da comissão criada para o efeito.
Todavia, o Ministério manifesta a sua disponibilidade para continuar a tratar do assunto, nos termos da orientação política do Executivo angolano, tendo já enviado uma correspondência a Isaías Samakuva sobre o assunto, conclui o documento.
-0- PANA IZ 15agosto2018