Governo alerta para pior das consequências da covid-19 no país r”, adverte Governo
Praia, Cabo Verde (PANA) - O vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, Olavo Correia, avisou, quinta-feira, na cidade da Praia, que o pior das consequências económicas e sociais da pandemia da covid-19 (coronavírus) no país ainda “está para vir”.
Numa intervenção no Parlamento, que desde quarta-feira discute a proposta de lei sobre o Orçamento Retificativo do Estado para este ano, Correia avisou que a crisese vai prolongar pelo menos até junho do próximo ano.
Olavo Correia, também ministro das Finanças, avançou que, em função da evolução da situação epidemiológica, a situação pode complicar-se ainda mais.
O governante afirmou que, de acordo com dados e previsões, o cenário mais difícil está para vir, uma vez que, prosseguiu, ainda se esta no início da gestão económica e social desta pandemia.
Olavo Correia disse aos deputados que, face às consequências resultantes da pandemia, o Governo já antecipa a maior crise económica para o país, desde a independência de Cabo Verde, há 45 anos.
Com 25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) dependente do turismo, Cabo Verde está encerrado a voos internacionais desde 19 de março último, os quais serão retomados progressivamente apenas a partir da segunda quinzena de agosto próximo, segundo o responsável.
“A partir do mês de setembro de 2020, até a junho de 2021, teremos momentos complicadíssimos que não têm nada a ver com o momento inicial, falando particularmente da gestão económica e social desta pandemia”, advertiu Olavo Correia, descrevendo que Cabo Verde enfrenta um “quadro de restrição excecional.”
Os votos da maioria parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD), partido no poder em Cabo Verde, deverão aprovar nesta sessão parlamentar (que termina nesta sexta-feira) a proposta de lei sobre o Orçamento do Estado Retificativo de 2020.
O Governo (MpD) garante que o financiamento do novo Orçamento é feito com cortes em áreas não prioritárias, mas que, sobretudo, com o endividamento público, que deverá disparar de 118 por cento do PIB em 2019 para mais de 145 por cento este ano, além de um défice histórico das contas públicas, estimado, de 11,4 por cento, mas sem aumento de impostos ou cortes nos salários dos funcionários públicos.
A proposta levada à última sessão ordinária do ano parlamentar cabo-verdiano ascende a 75 mil milhões 84 milhões 978 mil 510 escudos (679,1 milhões de euros), entre despesas e receitas, incluindo o endividamento.
Representa um aumento de 2,6 por cento na dotação do Orçamento ainda em vigor, com o Governo a prever uma recessão económica que poderá oscilar entre os 6,8 por cento e os 8,5 por cento, e uma taxa de desemprego de quase 20 por cento até ao final do ano de 2020.
Cabo Verde contava, até a 29 de julho corrente, com um acumulado de dois mil 373 casos de covid-19, desde 19 de março último, com 23 óbitos, refere-se.
-0- PANA CS/DD 31julho2020