PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Governo acusado de preparar desaparecimento de companhia área em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – Os partidos da oposição com assento parlamentar em Cabo Verde acusaram quinta-feira o Governo do primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva de estar a preparar, em "absoluto secretismo", o desaparecimento da companhia aérea de bandeira, TACV.
A acusação da oposição segue-se ao anúncio feito, terça-feira, pelo Governo cabo-verdiano de que a TACV vai fechar a operação doméstica, a partir de agosto próximo.
Em conferência de imprensa, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e a União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID) criticaram a passagem para a Binter CV das operações domésticas que vinham sendo asseguradas inteiramente pela TACV.
Na sua primeira reação, a presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, criticou o "absoluto secretismo" em que decorreu todo o processo, manifestando-se preocupada com as medidas anunciadas.
No entanto, a líder do maior partido da oposição em Cabo Verde prometeu "analisar minuciosamente o dossiê", que, na sua opinião, merece ser tratado com "ponderação e responsabilidade".
"A questão que se coloca é se esta empresa vai ter o monopólio e se vai garantir os serviços mínimos e obrigatórios entre as ilhas”, disse Janira Hopffer Almada, sublinhando que “neste momento, há um conjunto de dúvidas no ar”.
Ela criticou também o facto de o Governo não divulgar o plano de reestruturação da TACV.
Por sua vez, o presidente da UCID, António Monteiro, manifestou a sua estranheza por o Executivo não assumir "de forma clara" o número de trabalhadores a dispensar, nem o montante das indemnizações.
"Há só blá-blá para fugir à realidade nua e crua que é preparar o desaparecimento da empresa que vai completar 60 anos", disse o líder da UCID, partido da oposição com três assentos parlamentares.
Acrescentou que, ao passar a um privado o monopólio da ligação inter-ilhas, que até à entrada da Binter em Cabo Verde, em 2016, era detido pela TACV, “vai acarretar situações que o país não poderá controlar".
António Monteiro disse acreditar que, na origem das medidas anunciadas pelo Governo está o que considera ser uma pressão de parceiros internacionais.
"Ao querer responder satisfatoriamente à pressão do Banco Mundial (BM) sobre o empréstimo de 90 milhões de dólares americanos, nos próximos três anos, o Governo resolve correr para a resolução deste problema", precisou.
O ministro da Economia e Emprego, José Gonçalves, anunciou, terça-feira, que a TACV vai fechar, a partir de agosto próximo, a operação doméstica, e que a parceria com a Binter prevê a entrada do Governo de Cabo Verde no capital social desta empresa privada com 49 porcento.
Segundo ele, o acordo prevê também um reforço das ligações "com a obrigatoriedade de prestação de serviço regular" para todas as ilhas com aeroportos e articulação com os transportes marítimos para as ilhas da Brava e Santo Antão, que não têm aeroporto.
Será ainda estabelecida uma parceria com a TACV-Cabo Verde Airlines em termos de transporte aéreo internacional para permitir à companhia de bandeira continuar a vender bilhetes internacionais para todos os destinos em Cabo Verde.
José Gonçalves destacou o facto de a solução encontrada assegurar "um serviço regular, de qualidade e em todos os destinos de Cabo Verde".
"Foi uma solução para viabilizar a solução elegante de menor custo possível para o Estado. O Estado está com um buraco de 100 milhões de euros por causa da TACV”, explicou.
Segundo ele, esta solução encontrada a nível doméstico "é uma solução com o mínimo de esforço por parte do Estado” e com a garantia de que não vai haver problemas “para satisfazer as necessidades de transportes domésticos".
-0- PANA CS/IZ 26maio2017
A acusação da oposição segue-se ao anúncio feito, terça-feira, pelo Governo cabo-verdiano de que a TACV vai fechar a operação doméstica, a partir de agosto próximo.
Em conferência de imprensa, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e a União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID) criticaram a passagem para a Binter CV das operações domésticas que vinham sendo asseguradas inteiramente pela TACV.
Na sua primeira reação, a presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, criticou o "absoluto secretismo" em que decorreu todo o processo, manifestando-se preocupada com as medidas anunciadas.
No entanto, a líder do maior partido da oposição em Cabo Verde prometeu "analisar minuciosamente o dossiê", que, na sua opinião, merece ser tratado com "ponderação e responsabilidade".
"A questão que se coloca é se esta empresa vai ter o monopólio e se vai garantir os serviços mínimos e obrigatórios entre as ilhas”, disse Janira Hopffer Almada, sublinhando que “neste momento, há um conjunto de dúvidas no ar”.
Ela criticou também o facto de o Governo não divulgar o plano de reestruturação da TACV.
Por sua vez, o presidente da UCID, António Monteiro, manifestou a sua estranheza por o Executivo não assumir "de forma clara" o número de trabalhadores a dispensar, nem o montante das indemnizações.
"Há só blá-blá para fugir à realidade nua e crua que é preparar o desaparecimento da empresa que vai completar 60 anos", disse o líder da UCID, partido da oposição com três assentos parlamentares.
Acrescentou que, ao passar a um privado o monopólio da ligação inter-ilhas, que até à entrada da Binter em Cabo Verde, em 2016, era detido pela TACV, “vai acarretar situações que o país não poderá controlar".
António Monteiro disse acreditar que, na origem das medidas anunciadas pelo Governo está o que considera ser uma pressão de parceiros internacionais.
"Ao querer responder satisfatoriamente à pressão do Banco Mundial (BM) sobre o empréstimo de 90 milhões de dólares americanos, nos próximos três anos, o Governo resolve correr para a resolução deste problema", precisou.
O ministro da Economia e Emprego, José Gonçalves, anunciou, terça-feira, que a TACV vai fechar, a partir de agosto próximo, a operação doméstica, e que a parceria com a Binter prevê a entrada do Governo de Cabo Verde no capital social desta empresa privada com 49 porcento.
Segundo ele, o acordo prevê também um reforço das ligações "com a obrigatoriedade de prestação de serviço regular" para todas as ilhas com aeroportos e articulação com os transportes marítimos para as ilhas da Brava e Santo Antão, que não têm aeroporto.
Será ainda estabelecida uma parceria com a TACV-Cabo Verde Airlines em termos de transporte aéreo internacional para permitir à companhia de bandeira continuar a vender bilhetes internacionais para todos os destinos em Cabo Verde.
José Gonçalves destacou o facto de a solução encontrada assegurar "um serviço regular, de qualidade e em todos os destinos de Cabo Verde".
"Foi uma solução para viabilizar a solução elegante de menor custo possível para o Estado. O Estado está com um buraco de 100 milhões de euros por causa da TACV”, explicou.
Segundo ele, esta solução encontrada a nível doméstico "é uma solução com o mínimo de esforço por parte do Estado” e com a garantia de que não vai haver problemas “para satisfazer as necessidades de transportes domésticos".
-0- PANA CS/IZ 26maio2017