Gâmbia e ONU condenam golpe de Estado na Guiné Conakry
Banjul, Gâmbia (PANA) - A Gâmbia condenou o derrube do Presidente guineense Alpha Condé e a dissolução do Governo, ocorridos domingo, por um grupo de soldados que criaram um Comité Nacional para a Reconciliação e Desenvolvimento.
Num comunicado a PANA, a que a PANA teve acesso, o Governo gambiano reafirmou os princípios e posições da União Africana (UA) e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), rejeitando totalmente qualquer mudança anticonstitucional de Governo e o golpe de Estado.
"O Governo gambiano condena o golpe de Estado na República da Guiné, apela ao restabelecimento da ordem constitucional e salienta a necessidade de se respeitar o Estado de direito", diz o documento.
"O Governo gambiano segue com grande interesse a evolução da situação em Conakry e insta mais uma vez os militares a respeitarem o Estado de direito no país, libertarem imediatamente e sem condição todos os líderes civis detidos e preservarem a integridade física do Presidente disposto, Alpha Condé", lê-se na nota.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, do seu lado, disse, num tweet, estar a acompanhar pessoalmente a situação na Guiné.
"Condeno firmemente qualquer tomada do poder pela força das armas e apelo à libertação imediata do Presidente Alpha Condé", martelou.
Alpha Condé, de 83 anos de idade, prestou juramento em dezembro último para um terceiro mandato, depois de eleito pela primeira vez em 2010.
Todavia, ele reprimiu progressivamente os seus adversários políticos à medida que a oposição ao seu governo ia crescendo.
Em 2011, sobreviveu a uma tentativa de assassinato protagonizada por homens armados que cercaram a sua residência, disparando com armas pesadas contra o seu quarto.
-0- PANA MSS/MA/NFB/JSG/DIM/DD 06setembro2021