Agência Panafricana de Notícias

Gâmbia defende ação a favor de grupos sociais marginalizados em África

Banjul, Gâmbia (PANA) – O Governo gambiano defende uma abordagem holística dos conflitos regionais e sub-regionais a fim de garantir os direitos fundamentais e a proteção dos grupos sociais marginalizados em África.

Esta posição foi expressa por uma alta responsável do Governo gambiano, Isatou Graham na abertura da 49 ª sessão da Comissão Africana dos Direitos Humanos e Povos iniciada quinta-feira em Banjul.

« Esforços devem ser envidados com vista ao alargamento dos sistemas de justiça social orientados pelos princípios democráticos, pela responsabilidade e pelo respeito pelas regras essenciais para uma paz duradoura », defendeu Graham, alto quadro do Ministério da Justiça.

Ela afirmou que a ausência de tais esforços está na origem da violência e da instabilidade social como as constatadas na Líbia e que a guerra civil neste país e a morte de cidadãos inocentes exigem uma ação positiva de emergência pois, frisou, a guerra destrói a população.

« A Líbia desintegrou-se e começar ficar em atraso. O país vai diretamente a uma catástrofe económica em consequência da guerra », advertiu.

Segundo ela, os líderes africanos devem esforçar-se para satisfazer as exigências das populações, promover e proteger os direitos humanos no interesse da paz e duma paz duradoura.

O Governo gambiano, segundo Graham, respeita constantemente "a proteção dos direitos de solidariedade », tal como o direito ao desenvolvimento e à paz », e adotou várias políticas e estratégias destinadas a reduzir a pobreza.

Ela sublinhou que, no quadro da estratégia de redução da pobreza na Gâmbia, o Governo reforçou o sistema macroeconómico através das políticas de micro-créditos a favor das mulheres e dos jovens.

« A Gâmbia está consciente da necessidade de acentuar e reforçar a promoção dos direitos humanos que corresponde ao desenvolvimento rural e urbano », acrescentou.

Por sua vez, a Comissária para os Assuntos Políticos da Comissão da União Africana, Julia Dolly Joiner, frisou que a atenção de todo o continente africano e do mundo inteiro virou para a África do Norte e o Médio Oriente onde as populações reclamam pela mudança, por maiores liberdades civis, por oportunidades económicas e por uma participação na gestão das suas sociedades.

« As insurreições populares em curso a que assistimos traduzem na realidade um desejo ardente universal para a dignidade e o respeito e dão prioridade aos laços inextricáveis entre os direitos humanos, a democracia e o desenvolvimento », observou Joiner.

Segundo ela, a adoção da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos trouxe uma revolução e uma dinâmica na elaboração e orientação das respostas africanas regionais às questões ligadas aos direitos humanos.

« Para manter esta dinâmica, é preciso aumentar os domínios de intervenção e adotar uma abordagem mais preventiva orientada por um princípio claro e pelo respeito pelo direito humanitário internacional », afirmou a alta responsável gambiana.

-0- PANA MSS/VAO/NFB/JSG/FK/DD 29abril2011