Agência Panafricana de Notícias

Gabão cria fundo de apoio à industrialização do sector da madeira

Libreville- Gabão (PANA) -- O Governo gabonês anunciou a criação dum fundo de apoio de 20 biliões de francos CFA (41 milhões 360 mil dólares americanos) destinados a acelerar a industrialização do sector da madeira.
Este fundo é financiado pelos direitos de saque sobre a madeira exportada no início de 2010, na sequência da medida de derrogação da exportação da madeira adoptada pelo Governo, indica uma nota oficial.
Com efeito, em finais de Janeiro passado, as autoridades gabonesas permitiram excepcionalmente exportar a madeira na sequência da proibição decidida em Novembro último, "para fazer face à impossibilidade do mercado de absorver as árvores abatidas antes de 1 de Janeiro de 2010".
O porta-voz da Presidência, Guy-Bertrand Mapangou, explicou, durante uma conferência de imprensa, que "o Presidente Ali Bongo Ondimba pediu ao Governo a autorização de saída "para as madeiras presentes nos portos e parques" da Empresa de Exploração dos Parques de Madeira do Gabão (SEPBG)".
Segundo o mesmo comunicado, "o Governo pediu à Empresa Nacional de Madeira do Gabão (SNBG) para comprar a produção dos pequenos produtores gaboneses reunidos no seio do Projecto das Pequenas Licenças Florestais Gabonesas".
O Governo tomou outras medidas com vista a acompanhar as empresas instaladas no Gabão no processo de industrialização do sector madeireiro, nomeadamente a implementação de vantagens fiscais para os investimentos a realizar-se nos próximos três anos, no domínio da transformação local de madeira.
No início de Novembro de 2009, o Governo anunciou a proibição das importações da madeira a partir de 2010 a favor da transformação local dos recursos florestais "para criar cada vez mais riquezas necessárias para reduzir o desemprego, nomeadamente dos jovens e das mulheres, e exportar produtos acabados e semi-acabados de forte valor acrescentado".
Ela fornece 12 por cento dos rendimentos de exportações e oferece uma possibilidade de diversificação económica antes do declínio anunciado da renda petrolífera.
Porém, a contribuição da madeira ao Produto Interno Bruto (PIB) continua fraca (entre três por cento e quatro por cento).
"O volume de negócios global do exercício de 2008 da Empresa Nacional de Madeira do Gabão (SNBG) registou uma progressão de perímetro comparável de 12 por cento.
Este aumento da actividade explica-se principalmente pela subida significativa das vendas em volumes, com uma forte progressão das madeiras diversas cujas vendas em valor representam 40 por cento da cifra de exportação global, contra apenas nove por cento em 2007", sublinha um relatório oficial da empresa.
As cifras de 2009 ainda não estão disponíveis.
O director-geral da SNBG, Serge Ruffin Okana, declarou recentemente na rádio nacional que "o mercado asiático, representado principalmente pela China e pela Índia, absorveu 84 porcento das vendas da SNBG em 2008 contra 66 po cento em 2007, ao passo que a bacia mediterrânica registou uma queda da sua parte do mercado que passa de 26 por cento em 2007 para 11 por cento em 2008.
A Empresa Nacional de Madeira do Gabão é uma sociedade anónima com um capital de quatro biliões de francos CFA (cerca de oito milhões de dólares ameircanos), repartidos entre o Estado que controla 51 porcento das acções, os accionistas privados (43 porcento) e os assalariados da empresa (seis porcento).