G5-Sahel pede reestruturação profunda da dívida
Bamako, Mali (PANA) - Os países-membros do G5 Sahel apelam para uma reestruturação profunda da sua dívida a fim de lhes permitir continuar a responder às expetativas urgentes e legítimas das suas populações, em matéria de segurança e desenvolvimento, soube a PANA, nesta terça-feira, de fonte segura.
Estes grupo de países formado pelo Burkina Faso, pelo Mali, pela Mauritânia, pelo Níger e pelo Tchad formulou este pedido, num relatório publicado, em Abidjan (Côte d’Ivoire), durante uma cerimónia virtual.
O encontro foi marcado, nomeadamente, por discussões de alto nível entre o presidente do Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi A. Adesina, e o vencedor do Prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz.
Numa declaração adotada, após a sua VII cimeira realizada de 15 a 16 de fevereiro de 2021, em N’Djamena, a capital do Tchad, os cinco países sahelianos afirmam que a moratória sobre a dívida dos países mais pobres, decidida, em abril de 2020, pelo G20 (Grupos dos 20 Países Mais Industrializados do Mundo) é insuficiente.
Os chefes de Estado do G5 Sahel dizem-se preocupados com a capacidade dos países da África Subsariana de suportar o peso da sua dívida devido às consequências da pandemia do coronavírus (covid-19) e as despesas de segurança.
Por isso, apelam para a mobilização de todas as partes interessadas para uma reestruturação profunda da dívida dos países do G5 Sahel, segundo a declaração ad hoc sobre a dívida.
Os países do G5 Sahel consagram entre 17 e 30 por cento do seu orçamento às despesas militares e de segurança, refere a mesma declaração.
Parceiro estratégico dos países do G5 Sahel e primeira instituição de financiamento do desenvolvimento, em África, o BAD consagrou, este ano, o seu relatório principal, “Perspetivas Económicas de 2021 em África” , à questão do endividamento sob o lema “Da Resolução da Dívida ao Crescimento Económico: um Rorteiro para África”.
Numerosos desafios tais como o relançamento económico pós-covid-19, os sistemas de governação económica em África e a gestão prudente da dívida foram abordados por Adesina e Stiglitz.
Às duas personalidades juntaram-se, durante um painel, Lesetja Kganyago, governador do Banco Central da África do Sul; Ernest Kwamina Yedu Addison, governador do Banco Central do Gana; Aia Eza Nacilia Gomes da Silva, secretário de Estado para o Orçamento e Investimento Público de Angola, bem como Masood Ahmed, presidente do Centro para o Desenvolvimento Global.
-0- PANA GT/JSG/FK/IZ 16março2021