PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Fúria popular obriga Presidente senegalês a retirar projeto de lei sobre Vice-Presidência
Dakar, Senegal (PANA) - Violentas manifestações populares de protesto na capital senegalesa, Dakar, e noutras cidades do interior, forçaram quinta-feira o Presidente Abdoulaye Wade a retirar da Assembleia Nacional (Parlamento) um projeto de lei que visava institucionalizar o cargo de Vice-Presidente da República.
O recuo do chefe de Estado senegalês foi anunciado no mesmo dia à noite pelo seu ministro da Justiça, Cheikh Tidiane Sy, diante do Parlamento que debatia o controverso projeto de lei para instituir a eleição simultânea de um Vice-Presidente e do Presidente da República já a partir das presidenciais de fevereiro de 2012.
Na sua intervenção durante os debates parlamentares, Tidiane Sy precisou que o Presidente Wade reconsiderou a sua decisão, respondendo "aos múltiplos apelos dos chefes religiosos".
‘’O Presidente (da República) recebeu mensagens de todo o lado e, particularmente, dos nossos chefes religiosos razão pela qual mandou retirar o projeto de lei", afirmou o ministro diante dos deputados então divididos entres apoiantes e oponentes da proposta presidencial.
Porém, a desistência foi anunciada quando, segundo fontes bem informadas, uma grande maioria dos deputados, incluindo alguns do Partido Democrático Senegalês (PDS, no poder), já tinham claramente exprimido a sua oposição ao projeto de lei e declarado a sua decisão de o não votar.
O diploma foi submetido à Plenária do Parlamento depois da sua adoção, quarta-feira, pela Comissão das Leis da Assembleia Nacional, quase uma semana após a sua aprovação pelo Governo em Conselho de Ministros.
Os debates parlamentares em torno do texto reformista decorriam numa altura em que o exterior do edifício da Assembleia Nacional era palco de violentos confrontos entre as forças da ordem e populares furiosos que pretendiam aparentemente invadir o hemiciclo para manifestar a sua oposição à ideia da introdução do cargo de Vice-Presidente.
Para além destes confrontos à entrada principal do edifício parlamentar, vários outros pontos da capital senegalesa e de outras cidades do interior do país também registaram manifestações violentas que resultaram em vários feridos e danos materiais incalculáveis.
Os manifestantes que eram essencialmente jovens e adolescentes para quem o verdadeiro objetivo da reforma proposta era perpetuar o poder do atual Presidente e preparar a sua sucessão hereditária incendiaram e pilharam várias casas e viaturas de figuras ligadas ao regime, entre deputados e membros do Governo.
A oposição política e organizações da sociedade civil mobilizaram-se igualmente contra o projeto de lei que também, no seu entender, só visava criar as condições para legitimar a continuação de Wade no poder e a sua eventual substituição pelo seu filho, Karim, atual ministro da Cooperação Internacional, Ordenamento do Território, Transportes Aéreos, Infraestruturas e Energia.
-0- PANA AAS/AAS/MAR/IZ 24junho2011
O recuo do chefe de Estado senegalês foi anunciado no mesmo dia à noite pelo seu ministro da Justiça, Cheikh Tidiane Sy, diante do Parlamento que debatia o controverso projeto de lei para instituir a eleição simultânea de um Vice-Presidente e do Presidente da República já a partir das presidenciais de fevereiro de 2012.
Na sua intervenção durante os debates parlamentares, Tidiane Sy precisou que o Presidente Wade reconsiderou a sua decisão, respondendo "aos múltiplos apelos dos chefes religiosos".
‘’O Presidente (da República) recebeu mensagens de todo o lado e, particularmente, dos nossos chefes religiosos razão pela qual mandou retirar o projeto de lei", afirmou o ministro diante dos deputados então divididos entres apoiantes e oponentes da proposta presidencial.
Porém, a desistência foi anunciada quando, segundo fontes bem informadas, uma grande maioria dos deputados, incluindo alguns do Partido Democrático Senegalês (PDS, no poder), já tinham claramente exprimido a sua oposição ao projeto de lei e declarado a sua decisão de o não votar.
O diploma foi submetido à Plenária do Parlamento depois da sua adoção, quarta-feira, pela Comissão das Leis da Assembleia Nacional, quase uma semana após a sua aprovação pelo Governo em Conselho de Ministros.
Os debates parlamentares em torno do texto reformista decorriam numa altura em que o exterior do edifício da Assembleia Nacional era palco de violentos confrontos entre as forças da ordem e populares furiosos que pretendiam aparentemente invadir o hemiciclo para manifestar a sua oposição à ideia da introdução do cargo de Vice-Presidente.
Para além destes confrontos à entrada principal do edifício parlamentar, vários outros pontos da capital senegalesa e de outras cidades do interior do país também registaram manifestações violentas que resultaram em vários feridos e danos materiais incalculáveis.
Os manifestantes que eram essencialmente jovens e adolescentes para quem o verdadeiro objetivo da reforma proposta era perpetuar o poder do atual Presidente e preparar a sua sucessão hereditária incendiaram e pilharam várias casas e viaturas de figuras ligadas ao regime, entre deputados e membros do Governo.
A oposição política e organizações da sociedade civil mobilizaram-se igualmente contra o projeto de lei que também, no seu entender, só visava criar as condições para legitimar a continuação de Wade no poder e a sua eventual substituição pelo seu filho, Karim, atual ministro da Cooperação Internacional, Ordenamento do Território, Transportes Aéreos, Infraestruturas e Energia.
-0- PANA AAS/AAS/MAR/IZ 24junho2011