Fundos árabes mobilizam $ 300 milhões para apoiar balança corrente no Sudão
Dakar, Senegal (PANA) – Mercados árabes disponibilizaram 300 milhões de dólares americanos para apoiarem balança das transações correntes, fortemente deficitária, segundo um comunicado do ministério sudanês das Finanças, a que a PANA teve acesso.
Com efeito, o Sudão beneficiou de dois financiamentos: o primeiro no valor de 230 milhões de dólares americanos disponibilizados pelo Fundo Monetário Árabe, sediado em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), e o segundo avaliado em 70 milhões de dólares americanos, concedido pelo Programa de Financiamento do Comércio Árabe, de acordo com a nota.
Os acordos sobre estes financiamentos foram rubricados à margem duma recente visita do diretor-geral do Fundo Monetário Árabe, Abdurhaman Al Hamidy, a Cartum, a capital sudanesa.
O défice da balança corrente do país está avaliado em 2,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), em 2018.
Desde o levantamento das sanções norte-americanas, o Sudão busca financiamentos para relançar a sua economia.
O país está a atravessar, com efeito, uma situação económica difícil, caraterizada por uma dívida externa colossal, avaliada em 56 biliões de dólares americanos em 2018, ou seja 62 porcento do PIB, segundo estatísticas do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
O crescimento do PIB real estima-se em 2018 em 4,1 por cento, em ligeira alta em relação a 2017 3,3 por cento), enquanto a inflação elevada e a supressão progressiva das subvenções sobre a energia, também desaceleraram o crescimento.
Segundo o relatório do BAD sobre as perspetivas económicas no Sudão, “a inflação aumentou 43 por cento em agosto de 2018 contra 38,8 porcento em agosto de 2017, sob o efeito duma forte depreciação da libra sudanesa e da monetização do défice orçamental”.
Seguiram-se uma penúria de divisas e uma taxa de câmbio oficial sobrelevada, que provocaram uma situação de emergência e a criação dum mercado paralelo de divisas.
No entanto, sublinha a BAD, "o levantamento das sanções norte-americanas deverá normalizar as relações com os credores e acelerar, no quadro da Iniciativa de Alívio da Dívida dos Países Pobres Altamente Endividados, nas negociações sobre um alívio da dívida”.
-0- PANA OG/JSG/FK/DD 21março2019