Agência Panafricana de Notícias

Frente Nacional para Defesa da Constituição dissolvida na Guiné Conakry

Conakry, Guiné (PANA) - O Governo guineense anunciou  segunda-feira à noite a dissolução da Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC, oposição), após a repressão da recente marcha não autorizada do referido movimento que, segundo a polícia, fez cinco mortos e vários feridos.

De acordo com um decreto do Ministério da Administração do Território e Descentralização, transmitido à imprensa, o Grupo, denominado Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC), está dissolvido.

Na sua nota, o Ministério indica que o modus operandi do movimento cidadão se resume em ações violentas durante manifestações, acrescentando que esta plataforma põe em causa a paz pública e a convivência.

A FNDC não figura no repertório das Organizações Não Governamentais (ONG) aprovados na República da Guiné, explica o encarregado da emissão de recibos para ONG, partidos políticos, entre outros.

"Considerando que este agrupamento organizado de facto de forma hierárquica, com administradores e membros violentos, pondo em causa a unidade nacional, a paz pública e a convivência, não consta da lista de ONG acreditadas na República da Guiné, nem da lista de associações coletivas, e menos ainda do repertório de ONG aprovadas, o agrupamento de facto conhecido como Frente Nacional de Defesa da Constituição está dissolvido”, segundo o decreto.

A decisão de dissolver a FNDC, criada em 2019, veio alguns momentos após o anúncio de novas manifestações previstas para 17 de agosto corrente em todo o território nacional.

A FNDC critica a Comissão Nacional de Coligação para o Desenvolvimento (CNRD), no poder desde a 5 de setembro, “a sua recusa de dialogar” sobre o conteúdo da transição, nomeadamente a duração fixada em 36 meses pelo Conselho Nacional de Transição (CNT), mas rejeitado pelos atores sócio-políticos.

O movimento cidadão organizou em 2020 várias manifestações que se pretendiam pacíficas para denunciar a alteração da Constituição que permitira ao então Presidente da República, Alpha Condé, disputar  um terceiro mandato, que será encurtado a 05 de setembro de 2021 pelo CNRD.

O novo regime ordenará a libertação do coordenador do movimento dos cidadãos, aprisionado pelo regime  Condé.

Vários edifícios públicos e propriedades privadas foram destruídos durante essas manifestações não autorizadas, que resultaram em várias mortes e ferimentos entre os manifestantes e forças da ordem.

-0- PANA AC/JSG/SOC/MAR/DD 9agosto2022