Agência Panafricana de Notícias

Frelimo "louva" detenção de porta-voz da Renamo em Moçambique

Maputo, Moçambique (PANA) – A Frelimo, partido no poder em Moçambique, saudou a decisão do Conselho de Estado de levantar a imunidade do porta-voz do líder da Renamo, maior partido da oposição, António Muchanga, e sua detenção por "incitação à violência".

Falando em conferência de imprensa terça-feira, em Maputo, o porta-voz da Frelimo, Damião José, disse que o seu partido “congratula a sábia decisão do Conselho de Estado, e espera que o cidadão António Muchanga tenha a nobre oportunidade de explicar aos Moçambicanos as reais causas de incitação à violência”.

"A detenção de Muchanga não vai, de modo algum, contribuir negativamente no diálogo político entre o Governo e a Renamo, bem como no encontro, ao mais alto nível, entre o Presidente da República, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama", disse.

Segundo ele, se o líder da Renamo não veio a Maputo "é porque ele não quis", uma vez que, disse, "há condições para que ele venha".

"Estão aqui outros membros da Renamo, mas nunca foram detidos. O caso do Muchanga é singular, ele fazia declarações belicistas”, disse José.

António Muchanga foi detido segunda-feira, em Maputo, à saída da reunião do Conselho de Estado, convocada pelo chefe de Estado para analisar a situação política no país.

Na ocasião, a Renamo, antigo movimento rebelde em Moçambique, reconheceu como causa da detenção de Muchanga as suas declarações à imprensa proferidas nos últimos meses e que o Governo entende como incitação à violência.

Um porta-voz da Renamo explicou, em conferência de imprensa, que, durante a reunião do Conselho de Estado, foram apresentados dois documentos, sendo um relativo à situação político-militar e outro emitido pela Procuradoria Geral da República (PGR) sobre a quebra de imunidade de Muchanga como membro do Conselho de Estado.

“Tanto no primeiro como no segundo documento, António Muchanga era citado como quem está a incitar à violência, através das declarações que ele tem dado à imprensa na sua qualidade do porta-voz do líder da Renamo", indicou Manuel Lole, que é também membro do Conselho de Estado.

Lole afirmou, porém, que a Renamo ainda não tinha nenhuma informação sobre o paradeiro de Muchanga e que o partido deveria reunir-se para analisar e estudar a melhor forma de tratar do assunto.

“O partido está calmo, sereno e vamos analisar a situação friamente”, disse a fonte.

-0- PANA AIM/AM/HT/SN/IZ 08julho2014