PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Francofonia quer "plano Marshall" para África
Praia, Cabo Verde (PANA) – O presidente da Assembleia Parlamentar da Francofonia (APF), Jacques Chagnon, defende um "plano Marshall" para África para que, dentro de 20 anos, o continente seja uma escolha e não uma necessidade para os jovens africanos.
Falando na abertura da 26ª Assembleia Regional da Francofonia decorre na cidade capital cabo-verdiana quinta-feira última na cidade da Praia, Chagnon disse que centenas de pessoas, que hoje arriscam a vida no Mediterrâneo à procura de um futuro melhor na Europa, representam apenas o início do maior drama que a Humanidade conhecerá dentro de 15 ou 20 anos, se nada for feito para se estabilizar a economia africana.
"É preciso que os jovens africanos possam escolher entre ficar ou partir, possam escolher trabalhar em África ou em outros sítios. Mas essa escolha não será possível se a comunidade internacional, particularmente a Europa, a Ásia e a América, não se importa em assegurar um modelo económico, juntamente com os Africanos, para desenvolver África", alertou Chagnon.
O responsável lembrou que, nos próximos anos, a população africana deverá atingir os dois mil milhões de pessoas, considerando que, se não lhe for dada essa escolha, "haverá aglomerados humanos de milhões de jovens a querem melhorar o seu futuro indo para a Europa, o Brasil ou a América do Norte".
Jacques Chagnon considera, por isso, que é preciso mobilização do conjunto dos continentes para a implementação de um "plano Marshall" para relançar África.
"Haverá uma reunião do G7 dentro de dias, em Quebeque, no Canadá, e será importante que, nessa altura, possamos ter um início de resposta dos chefes de Estado a esta imensa problemática que será o maior drama humanitário da história. E é isso que é preciso evitar", afirmou.
Por sua vez, o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, que presidiu à cerimónia, sublinhou a "forma dolorosa" como a crise migratória afeta o continente, questionando-se sobre se os países têm sido capazes de desenvolver políticas que previnam ou reduzam a tragédia.
"Entendo que ao mesmo tempo que procuramos contribuir para que os problemas de fundo de âmbito internacional sejam resolvidos e responsabilidades definidas, temos a obrigação de, no limite das nossas possibilidades, tudo fazer para combater os fatores que, a nível local, contribuem para que mulheres, homens e, por vezes, crianças se lancem de forma desesperada numa procura, por vezes inglória, de uma vida decente", lamentou.
O chefe de Estado cabo-verdiano destacou igualmente a questão da segurança no continente africano, considerando, no entanto, que esta "não pode ser moeda de troca de restrições aos princípios democráticos".
"Temos o dever de garantir a segurança para que o exercício dos preceitos democráticos seja real e permanente. Mesmo quando circunstâncias excecionais impuserem restrições a alguns deles, devem ser transitórias e jamais devem atingir o núcleo essencial e irredutível do regime democrático. Não podemos correr o risco de matar o doente com os remédios inadequados e em excesso", precisou.
Nela participam 19 delegações vindas de 19 países africanos e convidados dos países francófonos do Canadá e da Europa, de acordo com a fonte.
Da agenda constam um debate sobre “a crise migratória e o respeito pelos direitos humanos em África”, ou seja tudo o que acontece no continente africano e no Mediterrâneo, e também uma reflexão sobre as causas desta problemática.
O encontro versa ainda sobre “a segurança em África” bem como sobre conflitos no continente negro.
Este fórum dos parlamentares francófonos foi criado em 1967 com objetivo de promover a cooperação Interparlamentar e o desenvolvimento democrático dos países de língua francesa.
Atualmente, o fórum é integrado por 64 membros de pleno direito e associados, bem como de parlamentos observadores.
-0- PANA CS/DD 18maio2018
Falando na abertura da 26ª Assembleia Regional da Francofonia decorre na cidade capital cabo-verdiana quinta-feira última na cidade da Praia, Chagnon disse que centenas de pessoas, que hoje arriscam a vida no Mediterrâneo à procura de um futuro melhor na Europa, representam apenas o início do maior drama que a Humanidade conhecerá dentro de 15 ou 20 anos, se nada for feito para se estabilizar a economia africana.
"É preciso que os jovens africanos possam escolher entre ficar ou partir, possam escolher trabalhar em África ou em outros sítios. Mas essa escolha não será possível se a comunidade internacional, particularmente a Europa, a Ásia e a América, não se importa em assegurar um modelo económico, juntamente com os Africanos, para desenvolver África", alertou Chagnon.
O responsável lembrou que, nos próximos anos, a população africana deverá atingir os dois mil milhões de pessoas, considerando que, se não lhe for dada essa escolha, "haverá aglomerados humanos de milhões de jovens a querem melhorar o seu futuro indo para a Europa, o Brasil ou a América do Norte".
Jacques Chagnon considera, por isso, que é preciso mobilização do conjunto dos continentes para a implementação de um "plano Marshall" para relançar África.
"Haverá uma reunião do G7 dentro de dias, em Quebeque, no Canadá, e será importante que, nessa altura, possamos ter um início de resposta dos chefes de Estado a esta imensa problemática que será o maior drama humanitário da história. E é isso que é preciso evitar", afirmou.
Por sua vez, o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, que presidiu à cerimónia, sublinhou a "forma dolorosa" como a crise migratória afeta o continente, questionando-se sobre se os países têm sido capazes de desenvolver políticas que previnam ou reduzam a tragédia.
"Entendo que ao mesmo tempo que procuramos contribuir para que os problemas de fundo de âmbito internacional sejam resolvidos e responsabilidades definidas, temos a obrigação de, no limite das nossas possibilidades, tudo fazer para combater os fatores que, a nível local, contribuem para que mulheres, homens e, por vezes, crianças se lancem de forma desesperada numa procura, por vezes inglória, de uma vida decente", lamentou.
O chefe de Estado cabo-verdiano destacou igualmente a questão da segurança no continente africano, considerando, no entanto, que esta "não pode ser moeda de troca de restrições aos princípios democráticos".
"Temos o dever de garantir a segurança para que o exercício dos preceitos democráticos seja real e permanente. Mesmo quando circunstâncias excecionais impuserem restrições a alguns deles, devem ser transitórias e jamais devem atingir o núcleo essencial e irredutível do regime democrático. Não podemos correr o risco de matar o doente com os remédios inadequados e em excesso", precisou.
Nela participam 19 delegações vindas de 19 países africanos e convidados dos países francófonos do Canadá e da Europa, de acordo com a fonte.
Da agenda constam um debate sobre “a crise migratória e o respeito pelos direitos humanos em África”, ou seja tudo o que acontece no continente africano e no Mediterrâneo, e também uma reflexão sobre as causas desta problemática.
O encontro versa ainda sobre “a segurança em África” bem como sobre conflitos no continente negro.
Este fórum dos parlamentares francófonos foi criado em 1967 com objetivo de promover a cooperação Interparlamentar e o desenvolvimento democrático dos países de língua francesa.
Atualmente, o fórum é integrado por 64 membros de pleno direito e associados, bem como de parlamentos observadores.
-0- PANA CS/DD 18maio2018