Agência Panafricana de Notícias

França mobiliza $ 686 milhões para apoiar luta contra mortalidade materna e infantil em África

Dakar, Senegal (PANA) – A França disponibilizou 327 biliões 500 milhões de francos CFA (cerca de 686 milhões de dólares americanos) num período de cinco anos, para reduzir a mortalidade materna, neonatal e infantil em África, soube no termo de uma conferência de imprensa conjunta das agências das Nações Unidas decorrida no fim de semana em Dakar.

O montante estará disponível num período de cinco anos graças ao Fundo Francês Muskoka em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e a Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres, de acordo com as fontes próximas do evento.

O dinheiro serve para apoiar o trabalho conjunto das quatro agências das Nações Unidas com o objetivo de acelerar a luta contra a mortalidade materna, neonatal e infantil através do reforço dos sistemas de saúde de 10 países da África Subsariana francófona, designadamente o Benin, o Burkina Faso, a Côte d’Ivoire, a Guiné Conakry, o Mali, o Níger, a República Democrática do Congo, o Senegal, o Tchad e o Togo, bem como Haiti.

«Apesar dos progressos recentes, as taxas de mortalidade materna, neonatal e infantil na África Ocidental e Central continuam preocupantes», sublinhou o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Emmanuel Lebrun-Damiens, durante a conferência de imprensa conjunta das agências das Nações Unidas.

Explicou que o compromisso dos Governos africanos e dos parceiros para o reforço dos sistemas de saúde é “a pedra de toque” duma oferta de tratamentos qualitativos para cada mulher e cada criança.

Segundo o comité diretor do Fundo Muskoka, 56 porcento das mortes maternas e 49 porcento das mortes infantis no mundo ocorreram na África Subsariana entre 2010 e 2011.

Assim sendo, esta região afixa o risco mais elevado de falecimento no primeiro mês de vida, as taxas de mortalidades infantil são 15 vezes superiores à média das regiões desenvolvidas e as complicações devidas à gravidez são as primeiras causas de mortalidade dos jovens de 15 a 19 anos de idade.

Na África Ocidental e Central, dos 100 mil nascimentos, são registados mais de 700 mortos maternos e dois milhões 500 mil mortos infantis, principalmente crianças menores de cinco anos de idade, que falecem em cada ano.


«A saúde das mães e das crianças deve estar no centro das políticas nacionais de desenvolvimento. Neste ritmo, a região da África Ocidental e Central não alcançará os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). Devemos, então, mais do que nunca, unir os nossos esforços e trabalhar afincadamente para a melhoria da saúde das mulheres e das crianças agora e para além de 2015”, defendeu o presidente do Comité Técnico do Fundo Francês Muskoka, Nestor Azandégbé.

«Várias mulheres em África dão à luz em casa carecendo de cuidados prenatais. Este projeto permitirá salvar a vida de milhares de mulheres e disto estou certo”, acrescentou.

De acordo com Azandégbé, o empreendimento abrange igualmente outros domínios, incluindo o aleitamento materno, a luta contra o paludismo com a utilização dos mosquiteiros impregnados, as vacinas, a transfusão sanguínea, os suplementos alimentares, os alimentos terapêuticos, o tratamento da reidratação em caso de diarreia, o acesso à água potável, ao saneamento e aos medicamentos essenciais.

O Fundo Francês foi criado durante a cimeira Muskoka do G8 (Oito nações mais industrializadas do mundo), designadamente o Canadá, a Alemanha, os Estados Unidos, a França, a Grã-Bretanha, a Itália, o Japão e a Rússia, bem como dos seus parceiros, realizada em junho de 2010 no Canadá.

O G8 envolveu-se neste projeto com sete biliões de euros até 2015 para o alcance dos ODM.

-0- PANA KAN/IS/FK/DD 31março2014