Agência Panafricana de Notícias

França homenageia finado Presidente tunisino

Paris, França (PANA) – O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian,  prestaram cada uma vibrante  homenagem ao Presidente tunisino, Beji Caïd Essebsi, falecido quinta-feira última, no seu país, vítima de doença.

"França perde um amigo da República tunisina, um líder corajoso que  dirigiu o seu país num momento essencial da sua história, em que  ele resistiu a todos os obscurantismos para construir o futuro, a democracia e o progresso”,  declarou, quinta-feira, o Presidente Macron, num comunicado de imprensa.

Emmanuel Macron exprimiu ao povo tunisino a amizade do povo francês e o seu apoio nesta dura prova, sublinhando que o Presidente Essebsi faleceu no dia de festa da República tunisina e que “não existe acaso. O seu destino está ligado ao da Tunísia.”

 

Por sua vez, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, exprimiu a sua emoção ao saber do desaparecimento do Presidente Essebsi.

Indicou que a Tunísia perde um homem de Estado que marcou profundamente a história do seu país.

"França perde um amigo que, durante toda a sua vida, foi um incansável ator da aproximação e da amizade entre os nossos dois países e os nossos dois povos: primeiro como embaixador da Tunísia em França, de 1970 a 1972, e, depois, como chefe da diplomacia tunisina, primeiro-ministro e, finalmente, como Presidente da República. Durante toda a sua vida, ele trabalhou para o apaziguamento  das memórias”, declarou, esta sexta-feira, Jean-Yves Le Drian.

Saudou o combate de Essebsi nos últimos anos da sua vida para engajar o seu país na construção dum sistema político democrático, que respeitasse os direitos humanos, a igualdade entre as mulheres e os homens e as liberdades de religião e de consciência.

"A sua contribuição para a estabilidade e a unidade nacional da Tunísia é inestimável”, concluiu o chefe da diplomacia francesa.

Beji Caïd Essebsi, de 93 anos de idade, foi um advogado de formação é o primeiro chefe do Estado tunisino saído dum escrutínio presidencial livre em 2014.

Ocupou vários postos durante o regime do ex-Presidente tunisino, Habib Bourguiba, nomeadamente como ministro do Interior (1965-1969), ministro da Defesa (1969-1970)  embaixador em Paris (1970-1971) depois  se tornou no presidente da Assembleia Nacional (1989-1991) após o golpe de Estado, em 1987, da autoria de Zine El-Abidine Ben Ali, tendo-se distanciado deste último.

Após a destituição do regime de Ben Ali em janeiro de 2011, Beji Caïd Essebsi virá a ser, de fevereiro a dezembro de 2011, o primeiro-ministro dum Governo provisório encarregue de preparar a eleição duma Assembleia Constituinte, tendo criado depois, em 2012 , o partido Nidaa Tounès (Apelo da Tunísia).

No termo do duplo escrutínio legislativo e presidencial  do fim do ano de 2014, o seu partido, Nidaa Tounès, venceu uma maioria relativa na Assembleia dos Representantes do Povo e Beji Caïd Essebsi  foi eleito à magistratura suprema até à sua morte, quinta-feira última, 25 de julho de 2019. 

-0- PANA BM/IS/FK/DD 26julho2019