França exige aplicação de resoluções da Conferência de Berlim sobre Líbia
Paris, França (PANA) - A França exige a aplicação rápida das decisões tomadas, domingo último, no termo da Cimeira de Berlim sobre a Líbia, soube a PANA de fonte oficial em Paris.
"A prioridade deve, doravante, ser a aplicação rápida das prioridades definidas ontem (dpomingo último) na declaração adotada em Berlim. É preciso, em particular, que a trégua anunciada conduza a um cessar-fogo duradouro, que o embargo sobre as armas seja plenamente respeitado e que as interferências estrangeiras terminem”, declarou, segunda-feira em Paris, Agnès Von Der Mühll, diretora da comunicação e imprensa e porta-voz do Quai d´Orsay (Ministério dos Negócios Estrangeiros).
A diplomata francesa acrescentou que as causas da crise em curso devem ser tratados simultaneamente, entre outros, o desmantelamento das milícias, o controlo dos recursos da Líbia a favor de todos os Líbios e à retomada dum diálogo político direto entre as partes líbias desavindas.
"A Conferência de Berlim enviou uma mensagem clara, neste sentido, aos atores líbios, que estavam presentes. Os Estados vizinhos da Líbia e a União Africana deverão estreitamente ser associados a este processo”, indicou Agnés Von Der Mühll.
A porta-voz do Quai d´Orsay sublinhou que as consequências da crise líbia sobre a situação humanitária, a estabilidade da Líbia e a segurança da África do Norte, do Sahel e da Europa são uma preocupação para a França, a União Europeia e todos os vizinhos da Líbia.
"Face a esta situação, a comunidade internacional exprimiu, ontém (domingo último) em Berlim, a sua unidade e a sua determinação a apoiar os esforços das Nações Unidas para uma crise na Líbia”, afirmou.
Uma reunião, denominada Cimeira de Berlim, reuniu, domingo último, delegações de cerca de 10 Estados, bem como das Nações Unidas, da União Europeia, da Liga Árabe e da União Africana.
Culminou na adoção duma declaração comum que preconiza um cessar-fogo permanente na Líbia, a abstenção de qualquer ingerência externa no conflito armado e o relançamento do processo político líbio.
Esta cimeira ocorreu enquanto combates continuam, desde a 4 de abril último, perto de Tripoli, entre as tropas do Exército Leal ao Governo de União Nacional (CNA) presidido por Fayez Al-Sarraj e reconhecido pela comunidade internacional, e o autoproclamado Exército Nacional Líbio (ANL), dirigido pelo marechal Khalifa Haftar, com um balanço de mais de mil mortos e 128 mil deslocados.
-0- PANA BM/IS/MAR/DD 20jan2020