PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
França critica Rwanda por negar sua presença na cerimónia comemorativa de genocídio
Paris, França (PANA) - França deplorou vivamente segunda-feira a recusa pelas autoridades rwandesas da presença do embaixador francês em Kigali (Rwanda) nas cerimónias do 20º aniversário do genocídio.
"O embaixador de França no Rwanda, que devia representar o nosso país nas comemorações do 20º aniversário do genocídio rwandês em Kigali, foi informado ontem (domingo) à noite sobre a decisão das autoridades locais de não o autorizarem a participar nas cerimónias. Deploramos esta decisão", indignou-se o Quai d´Orsay (Ministério francês dos Negócios Estrangeiros) num comunicado divulgado segunda-feira.
França queria enviar a sua ministra da Justiça, Christiane Taubira, para a representar nestas manifestações mas, devido às acusações de Paul Kagamé (Presidente rwandês) contra miliares franceses, ela decidiu, domingo, fazer representar-se pelo seu embaixador no Rwanda, Michel Flesch.
Sábado último, numa entrevista à revista "Jeune Afrique" divulgada segunda-feira em Kigali, o Presidente Kagamé acusou militares franceses de terem sido os "atores" do genocídio de 1994.
"França está surpresa pelas recentes acusações feitas pelo Presidente do Rwanda. Estas acusações estão em contradição com o processo de diálogo e de reconciliação empreendido há vários anos nos nossos dois países", lamentou o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros.
Apesar disso, o Quai d´Orsay declarou que as Embaixadas de França "participarão hoje (segunda-feira) em diferentes comemorações organizadas no mundo para honrar a memória das vítimas do genocídio".
França continua determinada a continuar a sua política de repressão do genocídio e de condenação dos autores, lê-se no texto.
Além disso, a Presidência francesa divulgou segunda-feira um comunicado segundo o qual França se associa ao povo rwandês para honrar a memória de todas as vítimas do genocídio.
"O genocídio rwandês foi uma das piores atrocidades do nosso tempo. Ele foi cometido enquanto o mundo acompanhava a situação mas sem conseguir impedí-lo. Ele marcou a nossa humanidade e as nossas consciências. Temos o dever de velar por que tal drama não se repita", sublinhou o Eliseu (Presidência Francesa).
Sem mencionar a polémica entre os dois países, o Eliseu revelou que a prevenção dos genocídios se tornou num elemento central da ação externa de França e que inspira ao mesmo tempo as suas intervenções em África e a sua ação no Conselho de Segurança das Nações Unidas para limitar o uso do direito a veto em caso de crime de massa.
O genocídio rwandês fez mais de 800 mil mortos, maioritariamente Tutsi (etnia minoritária).
-0- PANA BM/BEH/MAR/DD 08abril2014
"O embaixador de França no Rwanda, que devia representar o nosso país nas comemorações do 20º aniversário do genocídio rwandês em Kigali, foi informado ontem (domingo) à noite sobre a decisão das autoridades locais de não o autorizarem a participar nas cerimónias. Deploramos esta decisão", indignou-se o Quai d´Orsay (Ministério francês dos Negócios Estrangeiros) num comunicado divulgado segunda-feira.
França queria enviar a sua ministra da Justiça, Christiane Taubira, para a representar nestas manifestações mas, devido às acusações de Paul Kagamé (Presidente rwandês) contra miliares franceses, ela decidiu, domingo, fazer representar-se pelo seu embaixador no Rwanda, Michel Flesch.
Sábado último, numa entrevista à revista "Jeune Afrique" divulgada segunda-feira em Kigali, o Presidente Kagamé acusou militares franceses de terem sido os "atores" do genocídio de 1994.
"França está surpresa pelas recentes acusações feitas pelo Presidente do Rwanda. Estas acusações estão em contradição com o processo de diálogo e de reconciliação empreendido há vários anos nos nossos dois países", lamentou o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros.
Apesar disso, o Quai d´Orsay declarou que as Embaixadas de França "participarão hoje (segunda-feira) em diferentes comemorações organizadas no mundo para honrar a memória das vítimas do genocídio".
França continua determinada a continuar a sua política de repressão do genocídio e de condenação dos autores, lê-se no texto.
Além disso, a Presidência francesa divulgou segunda-feira um comunicado segundo o qual França se associa ao povo rwandês para honrar a memória de todas as vítimas do genocídio.
"O genocídio rwandês foi uma das piores atrocidades do nosso tempo. Ele foi cometido enquanto o mundo acompanhava a situação mas sem conseguir impedí-lo. Ele marcou a nossa humanidade e as nossas consciências. Temos o dever de velar por que tal drama não se repita", sublinhou o Eliseu (Presidência Francesa).
Sem mencionar a polémica entre os dois países, o Eliseu revelou que a prevenção dos genocídios se tornou num elemento central da ação externa de França e que inspira ao mesmo tempo as suas intervenções em África e a sua ação no Conselho de Segurança das Nações Unidas para limitar o uso do direito a veto em caso de crime de massa.
O genocídio rwandês fez mais de 800 mil mortos, maioritariamente Tutsi (etnia minoritária).
-0- PANA BM/BEH/MAR/DD 08abril2014