França condena raides aéreos contra centro de detenção de emigrantes na Líbia
Paris, França (PANA) – A França condena os raides aéreos contra o centro de detenção emigrantes de Tajoura, na Líbia, que fizeram vários mortos e feridos e lembrou a todos os responsáveis líbios a sua obrigação de protegerem populações civis.
"A França condena os raides aéreos que afetaram, pela segunda vez, desde o início da ofensiva (em abril último) em Trípoli, o centro de detenção de Tajoura. Nós lembramos a todas as partes em conflito e às instituições líbias que elas têm a obrigação de proteger as populações e infraestruturas civis, a título do direito internacional humanitário. Incumbe-lhes igualmente, neste quadro, garantirem um acesso humanitário seguro e sem obstáculos”, declarou quarta-feira o Quai d’Orsay (ministério francês dos Negócios Estrangeiros).
Um ataque aéreo perpetrado sexta-feira última à noite contra um centro de acolhimento para emigrantes clandestinos em Tajoura, no leste da capital líbia, Tripoli, ceifou a vida a 40 emigrantes e causou ferimentos a outros 80, , segundo fontes médicas e de segurança.
Os dois protagonistas da guerra em curso na Líbia, o autoproclamado Exército Nacional líbio do marechal Khakifa Haftar e as forças do Exército leal ao Governo de União Nacional, chefiado pelo primeiro-ministro Fayez el-Sarraj, rejeitam-se mutuamente a responsabilidade por este ataque.
"Na sequência desta tragédia, a França apela de novo às partes em conflito para um desanuviamento imediato e a cessação dos combates. Ela pede-lhes paralelamente a voltarem rápido ao processo político sob os auspícios das Nações Unidas. A França apoia os esforços do representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas na Líbia, Ghassan Salamé”, declarou o Quai d’Orsay.
Em maio último, um primeiro ataque visou um centro de retenção de emigrantes em Aïn Zara, fazendo vários mortos e feridos.
Consequentemente, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) viu-se obrigado a transferir quase 180 emigrantes clandestinos para a cidade de Zaouia, a 50 quilómetros a oeste de Tripoli.
A Líbia alberga mais de 43 mil refugiados e requerentes de asilo, dos quais quase 90 por cento de emigrantes clandestinos, determinados a viajar para a Europa, atravessando o Mar Mediterrâneo, segundo o ACNUR.
Segundo estatísticas da Organização Internacional para a Migração (OIM), estão presentes no território líbio cerca de 650 mil emigrantes, dos quais mais de cinco mil em centros de detenção.
-0- PANA BM/BEH/FK/DD 3julho2019