França, Alemanha, Itália e UE exigem trégua humanitária na Líbia
Paris, França (PANA) – Os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, da Alemanha, da Itália e o alto representante da União Europeia (UE) apelam a uma trégua humanitária na Líbia, deplorando que o conflito continue com a mesma intensidade e aumente os sofrimentos da população.
"Enquanto participantes no processo de Berlim (para a paz na Líbia) e renovando o nosso engajamento a favor das conclusões deste documento, neste início do mês de ramadão, desejamos associar as nossas vozes às do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Gueterres, e da sua representante especial interino para a Líbia, Stephanie Williams, no seu apelo a uma trégua humanitária na Líbia”, declararam, sábado, os diplomatas europeus num comunicado conjunto.
O SG da ONU lançou, a 23 de março último, um apelo a favor dum cessar-fogo em todo o mundo para permitir aos Estados consagrarem-se à luta contra a pandemia de coronavírus.
Os chefes da diplomacia dos países europeus signatários do comunicado acrescentaram que o conflito continua com a mesma intensidade e que os desenvolvimentos das últimas semanas suscitam preocupações acrescidas, em particular para a população líbia, que, frisaram, sofre há muito tempo.
"Exortamos todos os atores líbios a inspirarem-se no espírito do ramadão, comprometerem-se numa retomada das discussões num verdadeiro cessar fogo com base no projeto de acordo do Comité Militar de 23 de fevereiro último, para uma solução política para o conflito líbio.
Eles associam os seus esforços face ao inimigo comum que representa o risco de extensão da pandemia, no interesse de todo o país.
A situação na Líbia deteriorou-se gradualmente com o derrube, em agosto de 2011, do então líder líbio, Muamar Kadafi, e a sua morte, dois mesmes mais tarde.
A intensidade dos combates redobrou, desde 4 de abril último, com batalhas perto da cidade de Tripoli, entre as tropas do Exército leal ao Governo de União Nacional (GNA), presidido por Fayez Al Saaraj, e reconhecido pela comunidade internacional, e do autoproclamado Exército Nacional Líbio (ANL) dirigido pelo marechal Khalifa Haftar, com um balanço de mais de mil mortos e 128 mil deslocados.
Os dois protagonistas são apoiados por países estrangeiros que não respeitam o embargo sobre as armas na Líbia, estabelecido pelas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, contribuindo assim para a escalada significativa das hostilidades no terreno.
-0- PANA BM/BEH/MAR/MAR/DD 28abril2020