Agência Panafricana de Notícias

Firma santomense acusada de importar arroz impróprio ao consumo humano

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - O principal partido da oposição santomense, a Ação Democrática Independente (ADI), acusou terça-feira uma firma pertencente ao secretário-geral do Partido da Convergência Democrática (PCD), Delfim Neves, de importar arroz impróprio para o consumo humano.

Durante uma conferência de imprensa, um porta-voz da ADI, Isabel Domingos, disse que este arroz comercializado pelo Fundo de Estabilidade dos Preços, antigo Gabinete de Gestão das Ajudas (GGA), contém fungos e microtoxinas nocivas ao organismo.

Afirmou ainda, com base na análise recomendada pelo Fundo de Estabilidade dos Preços junto ao Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica (CIAT) que o produto está infectado de restos mortais de larvas de insectos vivos.

Assegurou que o seu partido decidiu introduzir, nos próximos dias, uma queixa-crime contra o Governo, a firma responsável pela importação e a televisão estatal, TVS, por ter emitido uma reportagem "propagandista" anunciando que o arroz proveniente dos Camarões é bom para o consumo.

O maior partido da oposição em São Tomé e Príncipe já havia introduzido no Ministério Público uma denúncia de atos de corrupção alegadamente protagonizados pelo ministro do Comércio, Demóstenes da Almeida, e pelo seu diretor de gabinete, Wilson Monte Verde, favoráveis a título excecional à firma do dirigente do PCD na compra do arroz.

Referiu-se à aquisição direta de 18 mil sacos de arroz importados que teriam saído do porto sem que a firma pagasse ao Estado as taxas aduaneiras, entre outros emolumentos devidos aos cofres do Estado.

No entanto, a negociata permitiu à firma de Delfim Neves ganhar 607 mil e 300 dólares americanos, revelou a ADI, exigindo em contrapartida a condenação do ministro do Comércio e do seu diretor de gabinete por crimes de burla simples, administração danosa, abuso de poderes, entre outros delitos económicos.

-0- PANA RMG/DD 18junho2013