Fim da campanha eleitoral às presidenciais em São Tomé e Príncipe
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) – A Ausência de numeração nos boletins de voto, pela primeira vez, e a compra de consciência ameaçam a eleição transparente do quinto Presidente da República, após a implantação do regime multipartidário em 1991, em São Tomé e Príncipe, constatou a PANA no local.
Pósser da Costa, candidato do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP, no poder), mostrou-se “surpreso” quando foi informado pelo seu mandatário sobre a ausência da numeração nos boletins de voto.
A seu ver, o fenómeno torna o jogo muito difícil e complicado, “porque fazemos toda a campanha com base na numeração do sorteio que é feito pelo Tribunal Constitucional.”
“É uma preocupação de todos candidatos” afirmou o advogado Pósser da Costa que está entre os 19 candidatos que lutam para substituir, Evaristo Carvalho, atual Presidente da República que não se candidata, por considerar que chegou a hora de “passar o testemunho aos mais novos.”
Para além deste facto, Pósser da Costa sente que os resultados destas eleições poderão ser definidos pela compra de consciência e de voto pelo dinheiro."
Não obstante a este facto, o ex-primeiro-ministro são-tomense mostrou-se confiante na vitória.
Uma outra candidata com medo da fraude eleitoral é Maria das Neves, uma das cinco figuras saídas do MLSTP, que lutam para chegarem ao palácio cor de rosa.
“Apelamos a missão de observação que estejam atentos a todos aspetos inerentes à fraude eleitoral. Houve por aí muitos mecanismos que estão a ser montados para que este ou aquele candidato vença estas eleições” sublinhou.
“É a vez da mulher. E São Tomé e Príncipe precisa de avançar”, são os slogans da campanha de Maria das Neves, antiga primeira-ministra são-tomense, que pela terçeira vez se candidata às presidências.
“Apelamos aos eleitores que não votem por uma camisola, chapéu, brindes de campanha, por um cabaz, sim por uma casa digna, educação e pelo emprego”, sentenciou Maria das Neves.
Guilherme Pósser da Costa, Maria das Neves, Delfim Neves candidato do PCD, partido coligado com o regime no poder, que defende que ”o futuro de país começa agora”, e Carlos Vila Nova, que promete “vida nova” aos São-tomenses, são os quatro concorrentes com maiores possibilidades de serem eleitos próximo do Presidente da República no dia 18 de julho corrente.
O atual presidente da Assembleia Nacional disse que tem todas as possibilidades de vencer já na primeira volta, caso não haja batota.
Diz ele que é candidato do Povo, porque será um "Presidente atuante, que não ficará no gabinete para promulgar e vetar diplomas nem tão pouco será presidente de corte de fitas.”
"Exercerei toda a minha magistratura de influência para fazer o País avançar com concertação como governo.”
Carlos Vila Nova, candidato do maior partido da oposição são-tomense, a Ação Democrática Independente (ADI), mostrou-se confiante na vitória.
“Eu vejo os concorrentes num jogo responsável, um jogo para eleger o mais alto magistrado da nação.
Pela sétima vez, os São-tomenses são chamados às urnas. Trata-se de 123 mil 302 eleitores que exercerão o seu direito de voto na eleição do substituto de Evaristo Carvalho.
As missões de observação da União Africana (UA) e da CEAC (Comunidade Económica dos Estados da África Central) reúnem-se neste sábado com o presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CEN).
Desta vez, a missão de observação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) não se fará presente.
-0- PANA RMG/DD 17julho2021