Agência Panafricana de Notícias

Famílias de mineiros mortos processam Polícia sul-africana

Cidade do Cabo, África do Sul (PANA) – As famílias dos 34 mineiros abatidos depois de alegadamente ignorarem as advertências da Polícia no exterior da mina Marikana situada na província noroeste da África do Sul vão intentar ações judiciais contra a Polícia.

Numa entrevista a uma estação de rádio, o porta-voz dos Jovens do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder), Floyd Shivambu, declarou que a sua organização deverá pagar a representação judicial dos 260 mineiros acusados de violência pública.

Os 260 manifestantes foram colocados em detenção provisória pelo Tribunal de Instância de Ga-Rankuwa para permitir exames complementares.

Todos eles, exceto um que está hospitalizado, foram conduzidos em grupo diante do Tribunal do cantão de Pretória.

A sua próxima audiência está fixada para 27 de agosto corrente.

Por outro lado, o sindicato Solidariedade criticou os trabalhadores da mina devido à "greve violenta e ilegal".

O secretário-geral de Solidariedade, Gideon du Plessis, declarou que a greve era ilegal e que não era uma questão de trabalho.

No entanto, o comissário da Polícia Nacional, Riah Phiyega, alimentou a controvérsia ao afirmar que os polícias não devem condoer-se pela morte dos manifestantes em Marikana.

Ao assistir às exéquias do ajudante morto Sello Lepaku Ronnie, Phiyega justificou o comportamento dos polícias.

O partido da oposição, Aliança Democrática (DA), afirmou que isto demonstra uma falta flagrante de empatia numa altura em que os polícias sul-africanos precisam de um líder com uma probidade moral provada para os ajudar a dar um sentido à tragédia.

O Presidente Jacob Zuma declarou que a nação se encontra em estado de choque e sofre desta tragédia.

« Nós devemos considerar o caráter sagrado da vida humana e o direito à vida inscrito na Constituição da República », afirmou o chefe de Estado sul-africano.

-0- PANA CU/SEG/AKA/TBM/IBA/FK/IZ 22agosto2012