Agência Panafricana de Notícias

FMI felicita Libéria por iniciativas no sector bancário

Addis-Abeba- Etiópia (PANA) -- Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) na Libéria aprovou um plano do Banco Central deste país (CBL) para mudanças substanciais no sector bancário tais como a abertura do seu próprio mercado de obrigações do Tesouro, segundo um comunicado do FMI recebido segunda-feira em Addis Abeba.
"A missão congratula-se com o projecto do Banco Central da Libéria de garantir que todos os bancos que operam na Libéria preencham as normas em matéria de capital satisfatório, a fim de instalar a infraestrutura para um mercado das obrigações do Tesouro em dólar liberiano com a assistência técnica do FMI e de reforçar a supervisão e a inspecção bancária", indica o comunicado citando o chefe desta missão, Christophe Lane.
O documento indica igualmente que o Fundo aguarda por uma melhoria do crescimento na Libéria em 2010 e por perspectivas positivas nos sectores agrícola e mineiro, após uma recessão este ano devido à crise económica mundial.
"Com a crise mundial que termina e a melhoria do ambiente externo, previmos um relançamento do crescimento económico na Libéria em 2010 e um prosseguimento da moderação da inflação.
As perspectivas económicas a médio prazo continuam largamente positivas, particularmente no sector dos produtos de renda e no da exploração mineira", declarou Lane.
Num contexto em que a crise teve efeitos particularmente devastadores sobre o sector bancário nos países desenvolvidos, o CBL realizou progressos na gestão dos riscos transfronteiriços num país onde a maioria do sistema bancário está entre as mãos de estrangeiros, segundo Lane.
O clima económico mundial desfavorável e as fracas possibilidades de empréstimo da Libéria representam, no entanto, riscos para a qualidade da carteira de empréstimos e a rentabilidade.
A missão do FMI visitou a Libéria de 15 a 28 de Outubro último para discussões com as autoridades financeiras do país para uma terceira revisão dos programas realizados no quadro da Facilidade para a Redução da Pobreza e Crescimento do FMI (FRPC) que foi aprovada em Março de 2008.
O Conselho Executivo do FMI aprovou um empréstimo de cerca de 391 milhões de dólares americanos para a Libéria no quadro da FRCP em Março de 2008.
Isto faz parte do financiamento de cerca 952 milhões de dólares americanos aprovado no quadro duma série de medidas para ajudar a Libéria a normalizar inteiramente as suas relações financeiras após mais de duas décadas de reembolsos em atraso devidos ao FMI.
Na sequência da avaliação do director-Geral do FMI, a revisão dos programas apoiados pela FRPC será submetida ao Conselho de Administração do Fundo antes do fim do ano.
Uma conclusão positiva deverá permitir à Libéria beneficiar duma concessão suplementar de cerca de sete milhões de dólares americanos de assistência financeira prevista no quadro da FRPC, segundo o documento oficial.
A missão encontrou-se com a ministra das Finanças, Augustine Ngafuan, com o governador do CBL, Joseph Mills Jones, e com outros altos responsáveis do Governo e representantes da legislatura, dos sectores bancário e comercial, da sociedade civil e dos organismos doadores.
Eles discutiram a revisão do Código de Receitas e as perspectivas de adopção duma lei de incentivo ao investimento.
A missão e as autoridades liberianas decidiram igualmente um programa de reformas para a administração fiscal e aduaneira, a governação e a luta contra a corrupção, a gestão dos haveres e das acções do Governo para reduzir o custo do desalfandegamento dos produtos importados na Libéria.
Num comunicado divulgado no termo da sua visita em Monróvia, Lane sublinhou como a recessão afectou a economia liberiana.
"O crescimento económico desacelerou-se e os fluxos de divisas diminuíram consideravelmente devido a uma baixa das receitas de exportação e das transferências de dinheiro do estrangeiro, o que provocou uma depreciação do dólar liberiano face ao dólar norte- americano em 2009", explicou.
No entanto, o chefe de missão do FMI acrescentou que o apoio constante dos doadores e as relações financeiras limitadas com o estrangeiro ajudaram a preservar a economia liberiana do pior da crise mundial.