Agência Panafricana de Notícias

FMI sublinha impacto de vírus do Ébola sobre economias de países afetados

Dar es Salaam, Tanzânia (PANA) – O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que além do balanço considerável das vítimas da doença do virus do Ébola na África Ocidental a febre hemorrágica está igualmente a causar enormes problemas de impactos negativos nas economias de países como a Guiné Conakry, a Serra Leoa e a Libéria.

O porta-voz do FMI, William Murray, que falava durante uma conferência de imprensa semanal do Fundo em Washington DC, declarou que os principais setores da economia destes países já frágeis, nomeadamente os setores da agricultura, dos serviços e das minas, estão a ser afetados pela epidemia de Ébola.

“É preciso, de maneira urgente, uma intervenção à grande escala da comunidade internacional para controlar a propagação desta epidemia, particularmente na Serra Leoa e na Libéria”, acrescentou Murray, confirmando que o FMI já estava pronto para fazer o balanço económico do impacto da febre hemorrágica nestes países afetados.

Relativamente à Serra Leoa e à Libéria, Murray explicou que a situação causada pelo virus do Ébola causou “défices financeiros consideráveis no orçamento da balança exterior nestes países e está a desencadear uma inflação mais significativa nos dois países”.

Segundo uma transcrição da conferência de imprensa transmitida à PANA pelo FMI, a situação está a evoluir de maneira rápida, mas as últimas informações disponíveis indicam que o crescimento da Serra Leoa e da Libéria poderá baixar 3,5 porcento e o da Guiné Conakry 1,5 porcento.

Murray declarou igualmente que o impacto maior da epidemia sobre o crescimento é mais sentido na Serra Leoa e na Libéria devido à produção industrial destes países que é afetada pela epidemia, contrariamente à Guiné Conakry, onde o impacto sobre o crescimento é menos sentido.

Sobre a situação económica na Guiné Conakry, depois do aparecimento do virus do Ébola, ele afirmou que o aparecimento de novos casos da febre hemorrágica neste país diminuiu nestes últimos tempos e que a indústria mineira foi até agora poupada pelos impactos da epidemia, mas as atividades económicas baixaram devido a perturbações e problemas notados nas viagens internacionais e no encerramento das fronteiras terrestres do país.

Segundo o porta-voz adjunto do Fundo Monetário Internacional, défices orçamentais consideráveis são notados nos países afetados pelo virus do Ébola.

“Falamos precisamente do desequilíbrio fiscal para as necessidades efetivas de pagamento nestes três países afetados estimado em 100 e 130 milhões de dólares americanos para cada um destes países. Estes três países possuem programas do FMI. Estamos por conseguinte em negociação e em discussão com as autoridades destes países para ver como podemos cobrir as necessidades financeiras suplementares às quais eles fazem face", sublinhou.

Sobre a pergunta se a epidemia de Ébola poderá forçar os países a contrair empréstimos, o porta-voz do FMI disse: "Não se esqueçam que esta é uma situação que evolui, portanto ainda não está terminada, mas alguns países têm crescimentos enormes, bons crescimentos, significativamente positivos com taxas enormes, mas a epidemia se ataca às taxas de crescimento dos países afetados de maneira rápida e significativa”.

-0- PANA AR/VAO/BAD/BEH/SOC/MAR/TON 14 setembro 2014