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FMI retifica rácio da dívida de Cabo Verde de 97 para 83% do PIB

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu que o stock da dívida de Cabo Verde em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) sobre os rácios de 2012 ronda os 83 porcento e não os 97 porcento como foi escrito no seu relatório de novembro do ano passado, apurou a PANA de fonte oficial na capital cabo-verdiana.

Ao reagir à descida (de BB- para B+) de Cabo Verde no "rating" da agência de notação financeira Fitch, anunciada há cerca de uma semana, a ministra cabo-verdiana das Finanças afirmou que o FMI endereçou já uma comunicação à diretora do Tesouro cabo-verdiano reconhecendo o engano.

"Alertámos que os dados do 'stock' da dívida não estavam corretos, porque o rácio de 2012 não poderia estar em torno dos 96 a 97 porcento", disse Cristina Duarte, esclarecendo que, após uma troca de correspondências, o FMI enviou sexta-feira uma comunicação via e-mail, reconhecendo que se enganaram nos cálculos e repondo as informações corretas.

Reafirmando que a dívida externa em 2012 estava em torno dos 83 porcento do PIB, Cristina Duarte garantiu que o Ministério das Finanças "esteve sempre ciente" de que os dados estavam incorretos e assegurou que o FMI irá repor a informação recebida na sua próxima missão ao arquipélago.

No que se refere à avaliação da Fitch, a ministra afirmou que a queda do "rating" está relacionada com o facto de a estratégia do endividamento do país ter sido feita, referencialmente, através de moeda estrangeira.

Cristina Duarte assegura que o risco de Cabo Verde não foi alterado, embora o Outlook da Fitch tenha passado de "estável" para "negativo", uma descida de um patamar, mas o suficiente para que o arquipélago passe a ser considerado um "país altamente especulativo".

"Cabo Verde, até à data, praticou intencionalmente uma política de endividamento essencialmente em moeda estrangeira, e não em moeda local”, explicou a governante, justificando esta opção com o facto de a comunidade internacional ter dado a Cabo Verde “a grande possibilidade de continuar a gozar de financiamento concessional, com juros baixos".

"Dado o nosso regime cambial, o nosso endividamento não pode ultrapassar o intervalo de 20 a 25 porcento em termos brutos, do PIB”, disse Cristina Duarte, precisando que o regime cambial de Cabo Verde “privilegia o endividamento interno para financiar o programa de investimentos públicos".

-0- PANA CS/IZ 14abril2013