FAO fornece sementes a 1.300 famílias afetadas pela seca em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) vai implementar, em Cabo Verde, um programa de emergência com distribuição de sementes de milho e feijão a mais de 1.300 famílias de agricultores afetadas pela seca dos últimos três anos.
De acordo com uma nota da FAO, citada pela imprensa local, o programa será apoiado pelo Fundo Especial para Atividades de Emergência e Recuperação do Governo belga, e tem também em conta os “efeitos potencialmente negativos da pandemia da covid-19 no acesso a insumos”.
O programa visa “assistir as autoridades responsáveis pela agricultura na preparação e implementação da campanha agrícola 2020/21”, em Cabo Verde, “fornecendo os meios necessários para apoiar os agricultores mais vulneráveis que operam no setor agrícola de sequeiro”.
A nota da FAO esclarece que o programa vai permitir a aquisição e distribuição de “sementes de culturas de sequeiro (milho e feijão) para a sementeira”, bem como “adquirir e acumular” produtos fitossanitários nas ilhas e municípios “onde o risco de ataques de pragas é maior”.
Os beneficiários diretos do projeto são 1.325 famílias, aproximadamente 6.625 pessoas, que cultivam milho e feijão de sequeiro, explica a FAO sobre este programa aplicado ainda com o apoio do Ministério da Agricultura de Cabo Verde.
“As duas entidades trabalharão juntas para preparar a tempo a temporada agrícola 2020/21 e garantir a segurança alimentar e nutricional das famílias nas áreas rurais”, assegura a FAO.
Este programa acontece numa altura em que a chuva voltou a cair nas últimas 15 duas semanas com alguma intensidade, na ilha de Santiago, em praticamente todos os concelhos do interior, eminentemente agrícolas, e noutros pontos de Cabo Verde, após três anos irregulares e insuficientes para evitar seca extrema.
Em julho passado, a diretora-geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária, Eneida Rodrigues, admitiu uma “grande probabilidade” de, este ano, as chuvas ocorrerem dentro do padrão normal em todo o arquipélago.
Desde 2017 que as chuvas no arquipélago têm sido insuficientes para evitar uma seca extrema e prolongada e, consequentemente, maus anos agrícolas, que têm levado o país a pedir ajuda internacional.
Esta situação levou também o Governo cabo-verdiano a declarar, em janeiro deste ano, a situação de emergência hídrica em todo o país, até outubro, admitindo neste período limitações temporárias ao consumo de água.
-0- PANA CS/IZ 04ago2020