Exército declara cessar-fogo no Sudão
Cartum, Sudão (PANA) - O chefe da junta militar no Sudão ministro sudanês da Defesa e, além disso chefe do Comité Superior da Segurança Nacional, o tenente-geral Awad Ibin Aouf, declarou quinta-feira um cessar-fogo exaustivo na escala nacional.
Na sua longa declaração que suscitava muita expetativa, Aouf indicou esperar que movimentos armados que detenham ainda fuzis se juntem ao processo de transição ora iniciado.
O comunicado militar mencionou que o Conselho, cujos membros serão revelados mais tarde, vai liderar o país durante um período de dois anos, criando condições para facilitar a organização de eleições.
O comunicado do Exército sudanês criticou severamente o Presidente Omar el-Bashir pela sua “má gestão do país”, o seu “Governo corrupto”, “a ausência de equidade na sua governação”, sem esquecer injustiças de que “os Sudaneses sofreram” sob o seu regime.
"Advertimos o regime e alertámo-lo para a situação, mas era esbarrqavamos sempre contra a intransigência e a teimosia do Presidente el-Bashir que sempre optou por uma solução militar e de segurança”, exclamou-se.
Aouf enumerou 14 pontos essenciais prioritários das suas futuras ações e as razões que os motivam.
A primeira etapa, segundo ele, será a formação dum Conselho Militar de Transição que vai governar o país durante dois anos.
Isto significa, frisou, a suspensão da Constituição de transição de 2005.
O segundo ponto é a declaração do Estado de emergência durante três anos ao passo que o terceiro é a organização dum recolher obrigatório para um mês.
O encerramento do espaço aéreo do país durante 24 horas, a partir de quinta-feira última, e de todas as pistas de aterragem até à nova ordem, segundo o chefe do Comité Superior da Segurança Nacional sudanesa.
Anunciou igualmente a dissolução da Presidência, do Conselho de Ministros, do Parlamento, informando que o sistema judicial continuará o seu trabalho como de costume e a todos os níveis.
Aouf lançou, além disso, um apelo aos movimentos armados e rebeldes para participarem nas ações ao serviço da pátria e dos seus filhos.
Informou também que o seu Governo vai velar pela manutenção da vida pública sem nenhuma exclusão, nem abuso muito menos represálias contra uma entidade pública ou privada.
Garantirá a existência, no país, “da aplicação da lei e da ordem, e da prevenção de qualquer sedição ou crime de qualquer tipo, afirmou.
O chefe da junta no poder exigiu “a libertação imediata de todos os reclusos políticos, bem como a preparação dum clima favorável à transferência pacífica do poder, à reconstrução dos partidos políticos e à organização de eleições pacíficas e transparentes no fim do período de transição”.
-0- PANA MO/AR/BAI/BEH/SOC/MAR/DD 12abril 2019