Exército chamado a preparar-se para a “defesa cibernética” de Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, pediu, sexta-feira, às Forças Armadas Cabo-verdianas (FAC) para se prepararem "muito seriamente para a defesa cibernética do país", de modo a garantir o normal funcionamento da Internet e, em especial da governação eletrónica do arquipélago, apurou a PANA de fonte segura.
O apelo de Jorge Carlos Fonseca, que consta de uma mensagem alusiva ao 54.º aniversário da criação das FAC, surge numa altura em que o país ainda recupera de um ataque internacional à Rede Tecnológica Privativa do Estado, que, desde final de novembro último, condiciona vários serviços públicos.
Este ataque informático, que está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República e pela Interpol (Polícia Internacional), provocou a paralisação de diversos serviços essenciais e do sistema de governação eletrónica do país
Na mensagem, o chefe de Estado reconheceu que as preocupações das FAC centram-se no território marítimo, aéreo e terrestre, que dever estar "total e permanentemente vigiado, fiscalizado e controlado contra todo o tipo de crimes."
"Mas, mais do que a defesa tridimensional do território, as Forças Armadas têm de preparar-se muito seriamente para a defesa cibernética do país, pelo que, devem adequar-se convenientemente para contribuir para a segurança do espaço cibernético e o normal funcionalmente das redes da Internet, em especial da governação eletrónica do país", lê-se na mensagem do Presidente da República, o comandante supremo das Forças Armadas.
Para Jorge Carlos Fonseca, é necessário que todos estejam "muito atentos às consequências das alterações climáticas" para Cabo Verde, que poderão ser muito sérias, assim como à nova realidade que é a guerra cibernética", recordando que o fenómeno causou recentemente importantes danos ao país.
O chefe do Estado cabo-verdiano elogiou ainda o papel que as FAC têm assumido no terreno, juntamente com outras forças de segurança e autoridades de saúde, no combate à pandemia da covid-19 no arquipélago.
"Com espírito de entrega e muita disciplina, as Forças Armadas têm estado na linha frente da luta contra a pandemia e têm conseguido evitar que as casernas se transformem em focos de propagação da doença", frisou.
Reafirmou o seu reconhecimento por esta importantíssima colaboração no combate à doença e suas consequências.
Reconheceu ainda as dificuldades que o país enfrenta, em termos financeiros, decorrentes da crise provocada pela pandemia.
Porém, disse acreditar que, com uma programação e realização faseadas, será possível "adequar" as FA, a curto e médio prazos, dos meios humanos e materiais de que necessitam para o cabal desempenho da sua missão.
"Apenas desta forma será possível uma rigorosa preparação combativa para enfrentar, dissuadir ou neutralizar os males que nos ameaçam", sustentou Jorge Carlos Fonseca.
-0- PANA CS/DD 16jan2021