Agência Panafricana de Notícias

Ex-primeiro-ministro santomense acusado de gestão danosa

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - O primeiro-ministro santomense, Gabriel Costa, acusou esta quinta-feira o Governo do seu antecessor, Patrice Trovoada, de ter gasto em dois anos cerca de 400 mil dólares americanos em viagens ao estrangeiro, soube-se de fonte oficial em São Tomé.

Num debate sobre o estado da nação no Parlamento, marcada novamente pela ausência dos deputados da Ação Democrática Independente (ADI), ex-partido no poder liderado por Patrice Trovoada, Gabriel Costa precisou de 16 de agosto de 2010 a 18 de outubro de 2012 o ex-chefe do décimo quarto Governo constitucional gastou do erário publico cerca de 400 mil dólares americanos em 52 viagens no total, das quais 12 em 2010, 22 em 2011 e 18 no ano passado.

Gabriel Costa afirmou que herdou uma dívida de 160 mil euros, contraída pelo Governo de Patrice Trovoada junto da revista alemã Vision, resultante de uma entrevista de promoção do país na qual Patrice Trovoada é a figura de capa.

O chefe do Executivo santomense disse ter recebido uma solicitação de pagamento de 190 mil euros da direção da revista.

Segundo ele, o ex-ministro das Finanças e Cooperação Internacional, Américo Ramos, terá solicitado vários parceiros que na edição da Vision publicada no dia 6 de dezembro fizeram parte da série de reportagens, nomeadamente o Banco Central, o grupo empresarial HDB do multimilionário sul-africano Mark Shottaword para pagar o valor, tendo este último pago apenas 30 mil euros.

No entanto, Gabriel Costa disse que outras entidades recusaram contribuir, alegando que não foram informadas.

O primeiro-ministro afirmou que os 190 mil euros deveriam ser empregues na compra de consumíveis hospitalares e medicamentos em falta no único e maior hospital do arquipélago, Ayres de Menezes.

“O problema e a situação do hospital, a situação da saúde é calamitosa” disse.

Para Gabriel Costa, a ausência dos 26 deputados da ADI no Parlamento é "uma fuga ao contraditório", assegurando que o panfleto “Informar sem Complicar” desta força política produzido na Fundação Solidariedade, sob tutela da mãe do ex-primeiro ministro, "é um crime".

O primeiro-ministro mostrou-se impaciente com as publicações do “Informar sem Complicar” que, do seu ponto de vista, os seus artigos tratam sem “pudor” as figuras do estado, sobretudo o Presidente da República, Manuel Pinto da Costa.

O debate sobre o estado da nação durou seis horas e foi transmitido em direto pelos dois orgãos estatais, nomeadamente a Televisão Santomense (TVS) e a Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe (RNSTP).

-0- PANA RMG/TON 14fev2013