Ex-primeiro-ministro guineense saúda regresso ao país de ex-Presidente guineense de transição
Conakry, Guiné (PANA) - O ex-primeiro-ministro guineense, Kabinet Komara (durante a transição em 2009), saudou o regresso à Guiné do ex-Presidente guineense, o general Sekouba Konaté, depois 11 anos de exílio entre Etiópia, França e Estados Unidos.
O general Konaté, que entregou o poder ao então Presidente eleito, Alpha Condé, regressou ao seu país sábado último, por via terrestre, de Bamako (Mali) com destino a Kankan, em Alta Guiné, sua cidade natal, de onde apelou aos seus concidadãos para apoiarem o coronel Mamady Doumbouya, seu conterrâneo, atual presidentr do Comité Nacional para a Coligação e Desenvolvimento (CNRD), a junta no poder desde a 05 de setembro, depois de derubar Alpha Condé, que cumpria um controverso terceiro mandato.
Sékouba Konaté disse à imprensa local que vai, esta semana, a Conakry para se encontrar com o Presidente do CNRD a fim de lhe agradecer por ter facilitado o seu regresso à casa.
Kabinet Komara disse neste domingo à Agência Guineense de Imprensa (AGP) que o regresso do ex-Presidente de Transição é um gesto que permite unir ainda mais os Guineenses.
“Saúdo todos os gestos que vão no sentido de reconciliar os Guineenses. O regresso dos ex-chefes de Estado é a ocasião de fazermos com que paremos de nos diabolizarmos uns com outros. Estou convencido de que a verdade sempre acabará por triunfar”, disse.
Além disso, é também esperado, ainda no decurso desta semana, na Guiné, o antecessor do general Konaté, o capitão Moussa Dadis Camara, que reside no Burkina Faso desde a tentativa do seu assassinato, em 2009, por seu ajudante de campo, Aboubacar Toumba Diakité.
Os dois estadistas endereçaram individualmente uma carta ao chefe da junta no poder, o coronel Doumbouya, exprimindo o seu desejo de regressar à pátria.
Porém, os dois devem abster-se de qualquer participação na vida política, colocar-se à disposição da justiça quando necessário e evitar qualquer manobra que possa desestabilizar o país.
O nome de Mousso Dadis Camara é constantemente citado entre os responsáveis pelas matanças ocorridas a 28 de setembro de 2009, quando as forças de segurança ocuparam um estádio onde decorria uma manifestação de protesto sob a égide de líderes políticos e da sociedade civil para denunciar a recusa do então junta militar de ceder o poder aos civis.
As investigações realizadas pelas Nações Unidas, depois destes eventos, mostram que 150 manifestantes foram mortos a tiros, enquanto mais de 100 mulheres foram violadas publicamente pelas forças da lei.
-0- PANA AC/JSG/SOC/MAR/DD 20dez2021