Ex-primeiro-ministro guineense convocado para comparecer diante de justiça na Guiné Conakry
Conacri, Guiné (PANA) - O ex-primeiro-ministro da Guiné, Mamadou Cellou Dalein Diallo, é aguardado a 13 de junho próximo no Tribunal de Repressão de Delitos Económicos e Financeiros(CRIEF, sigla em francês), soube a PANA de fonte segura.
Ausente do país há mais de um mês, por uma digressão internacional por vários países da sub-região, o líder da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG, principal força da oposição no país), está a mobilizar os seus militantes para as próximas eleições.
Ele será ouvido, segundo a fonte, sobre atos de desvio de fundos públicos, corrupção de funcionários públicos e enriquecimento ilícito, quando servia no Governo do ex-Presidente guineense, Lansana Conté (de 1984 a 2008), onde ocupou várias funções.
A convocatória foi notificada terça-feira última ao ex-primeiro-ministro guineense, que no entanto fez várias aparições na imprensa local para aplaudir a criação do CRIEF, acusando o Governo liderado por Alpha Condé (o último Presidente da República derrubado por um golpe de Estado a 5 de de setembro de 2021) de "sequestrar e empobrecer o país."
Vários observadores acreditam que o próximo aparecimento do homem que permaneceu 10 anos no Governo está relacionado com o caso da venda da companhia aérea Air Guinée, ordenada na altura pelo falecido Presidente Conté que lhe terá pedido a cedência da estrutura e equipamentos a um amigo e também empresário, Mamadou Sylla, líder da União Democrática da Guiné (UDG).
A ausência do ex-primeiro-ministro, sem motivo válido, perante a Câmara de Instrução no dia 13 de junho, disse a mesma fonte, será objeto de um mandado de comparência contra si.
Criado no rescaldo da tomada do poder, a 5 de setembro de 2021, o CRIEF já ouviu e interpelou vários ex-dignitários do regime derrubado de Condé por atos de corrupção e branquiamento de capitais, sem contudo apresentar provas contra os supostos culpados, cujos advogados denunciam "uma instrumentalização" dos juízes, sob as ordens, dizem, da junta militar.
O ex-primeiro-ministro, Ibrahima Kassory Fofana, e os ministros Mohamed Diané, Oyé Guilavogui (do regime de Condé) estão presos desde 6 de abril último, na Prisão Central, onde se juntaram a outros colegas.
-0- PANA AC/JSG/MAR/DD 27maio2022