Ex-ministro angolano condenado a 14 anos de prisão
Luanda, Angola (PANA) - O ex-ministro angolano dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, foi condenado esta quinta-feira, a 14 anos de prisão, num caso julgado pelo Tribunal Supremo, em Luanda, por desvios de fundos públicos através do Conselho Nacional de Carregadores (CNC).
Em prisão preventiva desde setembro de 2018, Augusto Tomás vinha sendo julgado desde 31 de maio passado, juntamente com outros có-réus como o ex-diretor-geral do CNC, Manuel António Paulo, e os antigos diretores-adjuntos Isabel Bragança, Rui Manuel Moita e Eurico Pereira da Silva.
Isabel Bragança, foi condenada a 12 anos de prisão, Manuel António Paulo e Rui Manuel Moita a 10 anos, e Eurico Pereira da Silva a dois anos com pensa suspensa.
Eles foram acusados pelo Ministério Público da prática dos crimes de peculato, branqueamento de capital, associação criminosa e artifícios fraudulentos para desviar fundos do Estado, com o fim de capitalizar as suas empresas e algumas entidades privadas, num montante estimado em mais de um bilião de kwanzas angolanos, 40 milhões de dólares americanos e 13 milhões de euros do CNC.
De 61 anos de idade e ministro dos Transportes de 2008 a 2018, Augusto Tomás foi afastado do cargo, em junho, pelo Presidente João Lourenço, pouco antes da sua detenção, em setembro do mesmo ano na sequência de uma auditoria da Inspeção Geral da Administração do Estado (IGAE) ao Conselho Nacional de Carregadores.
No seu relatório, o IGAE indicou ter detetado no CNC, instituto titulado pelo Ministério dos Transportes, várias irregularidades com destaque para casos de nepotismo, peculato e corrupção, “em grande escala e, até, indícios de criminalidade organizada”.
Este foi o primeiro julgamento de um ex-ministro do Governo do Presidente José Eduardo dos Santos (1979-2017) e também o primeiro da era de João Lourenço.
-0- PANA IZ 15ago2019