Agência Panafricana de Notícias

Ex-candidato presidencial critica estratégia da oposição no Congo

Paris, França (PANA) – O antigo candidato às eleições presidenciais de 2007 no Congo, Romain Bedel Soussa, criticou segunda-feira, em Paris, a estratégia dos seus colegas da oposição, por terem participado nas últimas eleições legislativas e faltado à coesão.

«A oposição sabia claramente que as condições de uma eleição transparente e democrática não estavam reunidas em julho e agosto últimos. Todavia, ela participou nelas cegamente. A sua atitude resultou no que se sabe: a legitimação do assalto eleitoral de Sassou», sentenciou o opositor congolês, durante uma entrevista concedida à PANA.

Para Bedel Soussa, conselheiro económico do antigo Presidente congolês, Pascal Lissouba (1992-1997), os seus colegas da oposição já tinham em 2007 cometido o erro de se candidatar às presidenciais, sem garantias de que o escrutínio seria livre e transparente ou não.

«Achei, pessoalmente, com alma e consciência, que não se devia participar nesta eleição presidencial. Os meus colegas da oposição participaram nelas para apenas obter a legitimação da mascarada eleitoral do poder de Brazzaville », acrescentou o opositor.

Por outro lado, afirmou que as incoerências dos partidos da oposição garantem a longevidade do regime de Denis Sassou N’Guesso e privam o seu país de qualquer alternativa credível.

«Por exemplo, nestas últimas legislativas, nenhuma grande figura da oposição foi eleita no seu bastião. No entanto, qualquer opositor que não tenha um feudo é condenado à morte política certa e definitiva. É esta ausência de visão e estratégia que mata a nossa oposição e conforta este regime que devia ser destituído há muito muito tempo» , disse ainda o antigo próximo de Pascal Lissouba.

A oposição congolesa registou um nítido recuo, durante as legislativas de 15 de julho e 5 de agosto últimos no Congo, tendo a União Pan-africana para a Democracia e Socialismo (UPADS), principal força da oposição, visto, durante este escrutínio, o número dos seus deputados passar de 11 para sete, enquanto o Partido Congolês do Trabalho (PCT, no poder) e os seus aliados venceram 117 dos 139 assentos em jogo.

-0- PANA SEI/SSB/IBA/CJB/IZIZ 18set2012