PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Europa não virá socorrer África, segundo universitário congolês Théophile Obenga
Dakar, Senegal (PANA) – A Europa não virá ao socorro de África, declarou no fim de semana em Dakar, o historiador e linguista congolês Théophile Obenga, quando intervinha num fórum da III edição do Festival Mundial das Artes Negras que decorre em Dakar de 10 a 31 de Dezembro.
"Fomos dominados e eliminados da humanidade durante dez séculos pela Europa. A mesma Europa virá ao nosso socorro ?", interrogou-se o universitário congolês, antigo assistente do docente senegalês Cheikh Anta Diop.
Segundo Obenga, "África deve armar-se do seu próprio discurso no mundo para se proteger da armadilha que depende da utilização e da aplicação de alguns conceitos como o do desenvolvimento. É preciso um discurso africano, não um discurso imitativo".
"Se África não conseguir dotar-se dum discurso próprio que deve indicar o sentido do seu funcionamento, o continente será obrigado a seguir o dos outros que, de facto, procuram abrandar a sua evolução", indicou o historiador que, à semelhança de Cheikh Anta Diop, está tentar demostrar a anterioridade das civilizações negras, trabalhando ao mesmo tempo para promover ideias pan-africanistas, com base na convicção de que só um Estado federal pode salvar o continente.
Segundo ele, é o mesmo Código Negro que continua através da Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD), dos Programas de Ajuste Estrutural e da comercialização do café e do cacau, na medida em que quem compra estas matérias-primas fixa o preço.
"É preciso que se saiba que estamos mortos. É necessário portanto renascer. Por isso, é preciso uma ruptura radical sem a qual, não se pode fazer a renascença", indicou, lembrando que a renascença sempre foi, em todo o lado, uma cesura, uma ruptura radical com os conceitos", sentenciou, acrescentando que o desenvolvimento é o conceito "mais vicioso" porque existe um "espírito de fatalidade este nível".
"França e os Estados Unidos desenvolvem-se todos os dias, mas nunca se ouve falar de desenvolvimento nestes países, enquanto em África o desenvolvimento é a palavra mais utilizada nos discursos públicos, o que impede o continente de se organizar. Isto mostra que fomos armadilhados", deplorou Obenga, sublinhando que a renascença africana supõe necessariamente um enraizamento africano, sob pena de as coisas permanecerem suspensas no ar.
-0- PANA SIL/JSG/MAR/IZ 13Dez2010
"Fomos dominados e eliminados da humanidade durante dez séculos pela Europa. A mesma Europa virá ao nosso socorro ?", interrogou-se o universitário congolês, antigo assistente do docente senegalês Cheikh Anta Diop.
Segundo Obenga, "África deve armar-se do seu próprio discurso no mundo para se proteger da armadilha que depende da utilização e da aplicação de alguns conceitos como o do desenvolvimento. É preciso um discurso africano, não um discurso imitativo".
"Se África não conseguir dotar-se dum discurso próprio que deve indicar o sentido do seu funcionamento, o continente será obrigado a seguir o dos outros que, de facto, procuram abrandar a sua evolução", indicou o historiador que, à semelhança de Cheikh Anta Diop, está tentar demostrar a anterioridade das civilizações negras, trabalhando ao mesmo tempo para promover ideias pan-africanistas, com base na convicção de que só um Estado federal pode salvar o continente.
Segundo ele, é o mesmo Código Negro que continua através da Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD), dos Programas de Ajuste Estrutural e da comercialização do café e do cacau, na medida em que quem compra estas matérias-primas fixa o preço.
"É preciso que se saiba que estamos mortos. É necessário portanto renascer. Por isso, é preciso uma ruptura radical sem a qual, não se pode fazer a renascença", indicou, lembrando que a renascença sempre foi, em todo o lado, uma cesura, uma ruptura radical com os conceitos", sentenciou, acrescentando que o desenvolvimento é o conceito "mais vicioso" porque existe um "espírito de fatalidade este nível".
"França e os Estados Unidos desenvolvem-se todos os dias, mas nunca se ouve falar de desenvolvimento nestes países, enquanto em África o desenvolvimento é a palavra mais utilizada nos discursos públicos, o que impede o continente de se organizar. Isto mostra que fomos armadilhados", deplorou Obenga, sublinhando que a renascença africana supõe necessariamente um enraizamento africano, sob pena de as coisas permanecerem suspensas no ar.
-0- PANA SIL/JSG/MAR/IZ 13Dez2010