PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Eurodeputados aceitam liberalização de vistos de entrada para Cabo-verdianos na Europa
Praia, Cabo Verde (PANA) - Os eurodeputados, integrantes da primeira missão do Parlamento Europeu em Cabo Verde, manifestaram-se, terça-feira, na cidade da Praia, otimistas quanto à perspetiva da liberalização de vistos de entrada para Cabo-verdianos na União Europeia (UE), apurou a PANA de fonte segura.
À saída de um encontro com o presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, o eurodeputado britânico Charles Tannock, que faz parte do grupo de conservadores europeus e assume a vice-presidência do grupo parlamentar Amigos de Cabo Verde, sublinhou a importância desta primeira visita oficial de uma representação do Parlamento Europeu ao país.
Prometeu trabalhar para influenciar a Comissão Europeia neste sentido.
"Temos de fazer um esforço político para abrirmos os olhos à Comissão Europeia. É uma coisa justa e não representa qualquer ameaça de imigração em massa ou clandestina", disse Tannock.
Assinalou, porém, que é preciso criar-se condições de segurança, como a existência de passaportes biométricos ou um acordo de repatriamento em caso de imigração clandestina.
Lembrou a sua participação nas campanhas bem-sucedidas para a liberalização dos vistos de entrada para os cidadãos do Taiwan e dos Emirados Árabes Unidos, apontando que só estão em causa vistos para negócios e turismo, em vez de vistos de trabalho.
"É um país muito pequeno: meio milhão de habitantes. Não vai haver centenas de milhares de Cabo-verdianos a chegarem à Europa para imigração ilegal. Acho que devia ser feito. Acho que não vai haver problema com Cabo Verde desde que o Governo cabo-verdiano faça o seu trabalho de casa para ter segurança. Quando isto estiver tudo feito, não há qualquer razão para a Comissão Europeia rejeitar a aplicação formal da liberalização dos vistos. Estou bastante otimista", assegurou.
Charles Tannock admitiu que a questão cabo-verdiana "não está no topo das prioridades" e que, por isso, é preciso "informar e comunicar" à Comissão Europeia e à comissária responsável pelo dossier sobre o trabalho que, nesta matéria, está a ser feito por Cabo Verde.
Por sua vez, a eurodeputada socialista portuguesa Ana Gomes, que com o colega britânico e o búlgaro Andrey Kobatchev integram a primeira missão do Parlamento Europeu a Cabo Verde, assegurou que os eurodeputados "certamente apoiarão tudo o que facilitar a circulação" desde que estejam "garantidos os aspetos da segurança".
"É uma questão delicada para a União Europeia. Não partilho a ideia de que há imigrantes ilegais, mas, de maneira alguma, essa questão que se coloca para Cabo Verde. Há sobretudo uma questão de normalização de procedimentos técnicos, como os passaportes biométricos, que são tão importantes para Cabo Verde como para a União Europeia. Uma vez resolvidos, estamos lá e vamos pressionar no sentido da liberalização dos vistos como temos feito em relação a outros países", precisou.
Também a nova representante da União Europeia para Cabo Verde, Sofia Moreira de Sousa, prometeu, segunda-feira, na cidade da Praia, trabalhar para uma facilitação de vistos benéfica para as duas partes.
A Portuguesa Sofia Moreia de Sousa, que já apresentou cartas credenciais, na cidade da Praia, ao Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, sublinhou a importância da parceria para a mobilidade entre Cabo Verde e a União Europeia.
No entanto, ela não assumiu qualquer compromisso relativamente a uma futura isenção de vistos para Cabo-verdianos.
"É um elemento muito importante das nossas relações e é uma parte em que pretendo trabalhar de forma muito intensa, juntamente com as autoridades nacionais para, pelo menos, começarmos a trabalhar a parte técnica que nos permita termos uma facilitação de vistos que seja benéfica para Cabo-verdianos e Europeus", declarou aos jornalistas.
Sofia Moreira de Sousa adiantou que a decisão das autoridades cabo-verdianas de isentarem vistos para cidadãos europeus a partir do próximo ano foi "muito bem vista na Europa" e entendida como "um gesto de boa vontade" e de abertura de Cabo Verde ao investimento e ao turismo.
"É sem dúvida um primeiro passo para, por parte da União Europeia, começarmos a trabalhar juntamente com Cabo Verde em todas as questões técnicas que possibilitem avançarmos nesta parceria da mobilidade", acrescentou.
A nova embaixadora, que chegou ao país há duas semanas, ressalvou porém que, no contexto atual, com os desafios das migrações, "as questões da mobilidade são muito sensíveis na opinião pública europeia".
No entanto, mostrou-se empenhada em "avançar o mais rápido possível no acordo de facilitação de vistos".
-0- PANA CS/DD 20set2017
À saída de um encontro com o presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, o eurodeputado britânico Charles Tannock, que faz parte do grupo de conservadores europeus e assume a vice-presidência do grupo parlamentar Amigos de Cabo Verde, sublinhou a importância desta primeira visita oficial de uma representação do Parlamento Europeu ao país.
Prometeu trabalhar para influenciar a Comissão Europeia neste sentido.
"Temos de fazer um esforço político para abrirmos os olhos à Comissão Europeia. É uma coisa justa e não representa qualquer ameaça de imigração em massa ou clandestina", disse Tannock.
Assinalou, porém, que é preciso criar-se condições de segurança, como a existência de passaportes biométricos ou um acordo de repatriamento em caso de imigração clandestina.
Lembrou a sua participação nas campanhas bem-sucedidas para a liberalização dos vistos de entrada para os cidadãos do Taiwan e dos Emirados Árabes Unidos, apontando que só estão em causa vistos para negócios e turismo, em vez de vistos de trabalho.
"É um país muito pequeno: meio milhão de habitantes. Não vai haver centenas de milhares de Cabo-verdianos a chegarem à Europa para imigração ilegal. Acho que devia ser feito. Acho que não vai haver problema com Cabo Verde desde que o Governo cabo-verdiano faça o seu trabalho de casa para ter segurança. Quando isto estiver tudo feito, não há qualquer razão para a Comissão Europeia rejeitar a aplicação formal da liberalização dos vistos. Estou bastante otimista", assegurou.
Charles Tannock admitiu que a questão cabo-verdiana "não está no topo das prioridades" e que, por isso, é preciso "informar e comunicar" à Comissão Europeia e à comissária responsável pelo dossier sobre o trabalho que, nesta matéria, está a ser feito por Cabo Verde.
Por sua vez, a eurodeputada socialista portuguesa Ana Gomes, que com o colega britânico e o búlgaro Andrey Kobatchev integram a primeira missão do Parlamento Europeu a Cabo Verde, assegurou que os eurodeputados "certamente apoiarão tudo o que facilitar a circulação" desde que estejam "garantidos os aspetos da segurança".
"É uma questão delicada para a União Europeia. Não partilho a ideia de que há imigrantes ilegais, mas, de maneira alguma, essa questão que se coloca para Cabo Verde. Há sobretudo uma questão de normalização de procedimentos técnicos, como os passaportes biométricos, que são tão importantes para Cabo Verde como para a União Europeia. Uma vez resolvidos, estamos lá e vamos pressionar no sentido da liberalização dos vistos como temos feito em relação a outros países", precisou.
Também a nova representante da União Europeia para Cabo Verde, Sofia Moreira de Sousa, prometeu, segunda-feira, na cidade da Praia, trabalhar para uma facilitação de vistos benéfica para as duas partes.
A Portuguesa Sofia Moreia de Sousa, que já apresentou cartas credenciais, na cidade da Praia, ao Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, sublinhou a importância da parceria para a mobilidade entre Cabo Verde e a União Europeia.
No entanto, ela não assumiu qualquer compromisso relativamente a uma futura isenção de vistos para Cabo-verdianos.
"É um elemento muito importante das nossas relações e é uma parte em que pretendo trabalhar de forma muito intensa, juntamente com as autoridades nacionais para, pelo menos, começarmos a trabalhar a parte técnica que nos permita termos uma facilitação de vistos que seja benéfica para Cabo-verdianos e Europeus", declarou aos jornalistas.
Sofia Moreira de Sousa adiantou que a decisão das autoridades cabo-verdianas de isentarem vistos para cidadãos europeus a partir do próximo ano foi "muito bem vista na Europa" e entendida como "um gesto de boa vontade" e de abertura de Cabo Verde ao investimento e ao turismo.
"É sem dúvida um primeiro passo para, por parte da União Europeia, começarmos a trabalhar juntamente com Cabo Verde em todas as questões técnicas que possibilitem avançarmos nesta parceria da mobilidade", acrescentou.
A nova embaixadora, que chegou ao país há duas semanas, ressalvou porém que, no contexto atual, com os desafios das migrações, "as questões da mobilidade são muito sensíveis na opinião pública europeia".
No entanto, mostrou-se empenhada em "avançar o mais rápido possível no acordo de facilitação de vistos".
-0- PANA CS/DD 20set2017