PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Eurodeputada nega ter projeto para "dizer mal" de Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - A eurodeputada portuguesa Ana Gomes negou ter um projeto para "dizer mal" de Cabo Verde, tal como sugerido pelas recentes acusações feitas pelo Movimento para a Democracia (MpD), partido no poder no arquipélago.
O MpD considerou "graves" e "atentatórias do bom nome" dos seus dirigentes e da imagem de Cabo Verde as declarações de Ana Gomes sobre o alegado favorecimento ao ex-representante da União Europeia (UE) no país, José Manuel Pinto Teixeira, na compra de um terreno de 960 m2 numa disputada zona da capital cabo-verdiana, Praia.
Na sua reação terça-feira às acusações do MpD, Ana Gomes esclareceu que pediu uma investigação "porque há factos preocupantes" nesse processo.
Ela salientou que "o próprio Estado Português tentou comprar o terreno em causa e não conseguiu e de repente esse cidadão comprou e começou a construir uma casa, mesmo em cima da Embaixada de Portugal".
"Até hoje não foi divulgado o contrato de compra e venda" do terreno, referiu também.
Através de uma comunicação ao Gabinete Antifraude Europeu (OLAF, na sigla em inglês) e à chefe da diplomacia e vice-presidente da Comissão Europeia, Federica Mogherini, a eurodeputada socialista portuguesa denuncia suspeitas de benefício pessoal e favorecimento a José Teixeira na alegada compra de um terreno, na capital cabo-verdiana.
Também o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), principal força política da oposição no arquipélago, voltou a questionar, na mesma terça-feira, a "lisura e transparência" dessa venda.
O vice-presidente do PAICV, Rui Semedo, considerou "infelizes" as declarações do partido do Governo sobre a eurodeputada Ana Gomes, segundo as quais esta “transformou-se numa caixa-de-ressonância pública de rumores, acusações e desvaneios”.
Para Rui Semedo, "não está em causa se o embaixador podia ou não adquirir um lote de terreno para construção em Cabo Verde. Está em causa, sim, a lisura e a transparência em torno deste processo".
"Esta tirada da maioria, de que se está a agir com base em rumores, para além de infeliz é irresponsável e vergonhosa”, assinala o PAICV, acrescentando que “a maioria e o Governo insistem no erro, mesmo após o sinal dado pela UE".
Semedo Lembrou que a União Europeia é uma organização que funciona na base de transparência e espera dos países com que coopera regras claras de rigor, ética e boa governação".
Questionou se é rumor o facto de o senhor embaixador ter sido contemplado "com um ou mais lotes de terreno em espaços muito nobres" e se é também rumor que os lotes na Prainha "são muito disputados, havendo muitos outros interessados, particularmente no local onde foi atribuído o Lote ao senhor embaixador"
"É rumor que a preferência dada ao embaixador não foi precedida de concurso? É rumor que o lote já tinha sido atribuído a um outro cidadão (cabo-verdiano) e que a construção só não avançou porque a Embaixada de Portugal manifestou algum desconforto?", interrogou-se.
O vice-presidente do PAICV questionou igualmente se é rumor que a própria Embaixada "confirmou o interesse" naquele lote contíguo à residência do embaixador de Portugal, ou ainda se é rumor que o embaixador "recebeu aquela prebenda ainda no exercício das suas altas funções como representante da União Europeia em Cabo Verde".
"Trata-se de rumor a afirmação pública, da própria Câmara Municipal da Praia, de que o ato - primeiro, uma doação, depois misteriosamente compra - se tratava de uma compensação pelos relevantes serviços prestados pelo embaixador à cidade?
"É rumor o facto de o embaixador não disfarçar a sua preferência partidária, como ilustram as declarações, as atitudes, as práticas e até as fotos cúmplices postadas nas redes sociais, por destacados dirigentes do MpD?”, continuou a interrogar-se.
Na sequência destas declarações do maior partido da oposição, o MpD acusou o PAICV de estar a manchar a imagem do Governo e de Cabo Verde, já que elegeu "a fragilização do Estado de Direito como sua bandeira".
Em conferência de imprensa, o secretário-geral do MpD, Miguel Monteiro, disse que “a atual liderança do PAICV tem insistido numa forma de fazer oposição que nenhuma mais-valia traz ao debate político, à fiscalização da atividade governativa e à sua afirmação enquanto alternativa".
Pelo contrário, prosseguiu, "estriba-se numa ideia obsessiva de denegrir a imagem do Governo, mesmo que tal investida atinja de forma irresponsável a imagem do país”.
Segundo Miguel Monteiro, o PAICV deixa “cair a máscara” no caso da aquisição do terreno por parte do ex-embaixador da União Europeia em Cabo Verde à Câmara Municipal da Praia, quando assume-se como o responsável pela “maquinação política” criada à volta do negócio e “não esconde a sua raiva contra o Português”.
Em vez de colocar questões que ao mesmo tempo são “afirmações irresponsáveis”, Miguel Monteiro considerou que o PAICV deveria, tendo tanta certeza naquilo que diz, apresentar aos Cabo-verdianos provas das suas acusações.
-0- PANA CS/IZ 10jan2018
O MpD considerou "graves" e "atentatórias do bom nome" dos seus dirigentes e da imagem de Cabo Verde as declarações de Ana Gomes sobre o alegado favorecimento ao ex-representante da União Europeia (UE) no país, José Manuel Pinto Teixeira, na compra de um terreno de 960 m2 numa disputada zona da capital cabo-verdiana, Praia.
Na sua reação terça-feira às acusações do MpD, Ana Gomes esclareceu que pediu uma investigação "porque há factos preocupantes" nesse processo.
Ela salientou que "o próprio Estado Português tentou comprar o terreno em causa e não conseguiu e de repente esse cidadão comprou e começou a construir uma casa, mesmo em cima da Embaixada de Portugal".
"Até hoje não foi divulgado o contrato de compra e venda" do terreno, referiu também.
Através de uma comunicação ao Gabinete Antifraude Europeu (OLAF, na sigla em inglês) e à chefe da diplomacia e vice-presidente da Comissão Europeia, Federica Mogherini, a eurodeputada socialista portuguesa denuncia suspeitas de benefício pessoal e favorecimento a José Teixeira na alegada compra de um terreno, na capital cabo-verdiana.
Também o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), principal força política da oposição no arquipélago, voltou a questionar, na mesma terça-feira, a "lisura e transparência" dessa venda.
O vice-presidente do PAICV, Rui Semedo, considerou "infelizes" as declarações do partido do Governo sobre a eurodeputada Ana Gomes, segundo as quais esta “transformou-se numa caixa-de-ressonância pública de rumores, acusações e desvaneios”.
Para Rui Semedo, "não está em causa se o embaixador podia ou não adquirir um lote de terreno para construção em Cabo Verde. Está em causa, sim, a lisura e a transparência em torno deste processo".
"Esta tirada da maioria, de que se está a agir com base em rumores, para além de infeliz é irresponsável e vergonhosa”, assinala o PAICV, acrescentando que “a maioria e o Governo insistem no erro, mesmo após o sinal dado pela UE".
Semedo Lembrou que a União Europeia é uma organização que funciona na base de transparência e espera dos países com que coopera regras claras de rigor, ética e boa governação".
Questionou se é rumor o facto de o senhor embaixador ter sido contemplado "com um ou mais lotes de terreno em espaços muito nobres" e se é também rumor que os lotes na Prainha "são muito disputados, havendo muitos outros interessados, particularmente no local onde foi atribuído o Lote ao senhor embaixador"
"É rumor que a preferência dada ao embaixador não foi precedida de concurso? É rumor que o lote já tinha sido atribuído a um outro cidadão (cabo-verdiano) e que a construção só não avançou porque a Embaixada de Portugal manifestou algum desconforto?", interrogou-se.
O vice-presidente do PAICV questionou igualmente se é rumor que a própria Embaixada "confirmou o interesse" naquele lote contíguo à residência do embaixador de Portugal, ou ainda se é rumor que o embaixador "recebeu aquela prebenda ainda no exercício das suas altas funções como representante da União Europeia em Cabo Verde".
"Trata-se de rumor a afirmação pública, da própria Câmara Municipal da Praia, de que o ato - primeiro, uma doação, depois misteriosamente compra - se tratava de uma compensação pelos relevantes serviços prestados pelo embaixador à cidade?
"É rumor o facto de o embaixador não disfarçar a sua preferência partidária, como ilustram as declarações, as atitudes, as práticas e até as fotos cúmplices postadas nas redes sociais, por destacados dirigentes do MpD?”, continuou a interrogar-se.
Na sequência destas declarações do maior partido da oposição, o MpD acusou o PAICV de estar a manchar a imagem do Governo e de Cabo Verde, já que elegeu "a fragilização do Estado de Direito como sua bandeira".
Em conferência de imprensa, o secretário-geral do MpD, Miguel Monteiro, disse que “a atual liderança do PAICV tem insistido numa forma de fazer oposição que nenhuma mais-valia traz ao debate político, à fiscalização da atividade governativa e à sua afirmação enquanto alternativa".
Pelo contrário, prosseguiu, "estriba-se numa ideia obsessiva de denegrir a imagem do Governo, mesmo que tal investida atinja de forma irresponsável a imagem do país”.
Segundo Miguel Monteiro, o PAICV deixa “cair a máscara” no caso da aquisição do terreno por parte do ex-embaixador da União Europeia em Cabo Verde à Câmara Municipal da Praia, quando assume-se como o responsável pela “maquinação política” criada à volta do negócio e “não esconde a sua raiva contra o Português”.
Em vez de colocar questões que ao mesmo tempo são “afirmações irresponsáveis”, Miguel Monteiro considerou que o PAICV deveria, tendo tanta certeza naquilo que diz, apresentar aos Cabo-verdianos provas das suas acusações.
-0- PANA CS/IZ 10jan2018