PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Estudo recomenda utilização de fogões melhorados na cozinha em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – Um estudo sobre a utilização da energia limpa para cozinhar recomenda a utilização de fogões melhorados, em detrimento do gás e da lenha, apurou a PANA de fonte institucional na cidade da Praia.
O estudo encomendado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em colaboração com a Direção-Geral da Energia e a ONG francesa GERES, foi e apresentado esta terça-feira na cidade Praia.
Conforme o diretor-geral da Energia de Cabo Verde, Anildo Costa, o trabalho centrou-se na avaliação da situação da energia limpa para cozinhar em Cabo Verde e recolher subsídios para a construção de um consenso sobre o caminho a seguir nessa área e o apoio ao desenvolvimento e à implementação do próximo Plano de Ação Nacional para o setor.
Anildo Costa explicou que o empreendimento tentou avaliar o que existe e analisar opções atuais de utilização, sobretudo da madeira na cozinha no arquipélago cabo-verdiano que ainda não tem tecnologias intermédias para o uso da lenha.
O estudo confirmou que as pessoas em Cabo Verde usam o gás ou a lenha em fogões de três pedras, mas reconhece que há opções muito mais avançadas e que permitem utilizar menos lenha na cozinha, logo com menos emissões de fumo e menos abate de árvores.
“O estudo tenta ver que tecnologias podem ser implementadas em Cabo Verde e quais as condições do país para, por exemplo, produzir esses equipamentos ”, sublinhou Anildo Costa, explicando que se trata de fogões melhorados, que permitem consumir menos lenha para produzir a mesma quantidade de alimentos.
O diretor-geral da Energia recordou que mais de 60 porcento dos Cabo-verdianos, nas zonas urbanas, usam o gás na cozinha mas que, infelizmente, também, no meio rural, a mesma percentagem não utiliza a lenha por razões sociais, económicas e até culturais.
A seu ver, esta situação coloca uma clara questão de género porque são as mulheres e meninas que lidam com a lenha e a cozinha, sem esquecerem que o fumo é prejudicial para todos, além da apanha sem controlo da mesma sem lesar o ambiente.
Ele considera que as tecnologias e equipamentos já usadas na África Ocidental, concretamente no Senegal, poderiam ser adaptadas às condições de Cabo Verde, devendo, no entanto, os fogões ser construídos localmente.
Quando confrontado com o facto de, no passado, os fogões melhorados não terem vingado Cabo Verde, ele admitiu que a sua introdução não é apenas “um problema tecnológico”, mas também “social e cultural”, para além do fato desse processo ter acontecido no quadro de projetos pontuais que não tiveram seguimento.
“E o seguimento é sobretudo social. As pessoas têm que se adaptar, têm que compreender que há vantagens na utilização desses equipamentos”, defendeu.
Neste sentido, Anildo Costa realçou que os projetos têm que ter continuidade de modo a seguirem as famílias o mais tempo possível para se ter a certeza de que os fogões melhorados foram adotados.
O diretor-geral da Energia confirmou que há famílias já dispostas a pagar pela nova tecnologia, mas admitiu que muitas outras não poderão fazer isso, pelo que propõe soluções que garantam algum apoio para a compra dos fogões melhorados.
Este seminário de validação do estudo diagnóstico sobre energias limpas para a cozinha foi organizado pelo Centro para as Energias Renováveis e Eficiência Energética da CEDEAO (ECREEE), em colaboração com a Direção-Geral da Energia e o Grupo Energias Renováveis, Ambiente e Solidariedade (GERES).
Trata-se de uma iniciativa da CEDEAO, conhecida como Aliança para a Coção Limpa na África Ocidental (WACCA, sigla em inglês), lançada no Fórum de Alto Nível de Energia da Comunidade, realizado em Accra (Ghana), a 30 de outubro de 2012, com o objetivo de construir um ambiente propício à adoção, em larga escala, de serviços limpos e eficazes para cozinhar em toda a sua região.
-0- PANA CS/DD 09jun2015
O estudo encomendado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em colaboração com a Direção-Geral da Energia e a ONG francesa GERES, foi e apresentado esta terça-feira na cidade Praia.
Conforme o diretor-geral da Energia de Cabo Verde, Anildo Costa, o trabalho centrou-se na avaliação da situação da energia limpa para cozinhar em Cabo Verde e recolher subsídios para a construção de um consenso sobre o caminho a seguir nessa área e o apoio ao desenvolvimento e à implementação do próximo Plano de Ação Nacional para o setor.
Anildo Costa explicou que o empreendimento tentou avaliar o que existe e analisar opções atuais de utilização, sobretudo da madeira na cozinha no arquipélago cabo-verdiano que ainda não tem tecnologias intermédias para o uso da lenha.
O estudo confirmou que as pessoas em Cabo Verde usam o gás ou a lenha em fogões de três pedras, mas reconhece que há opções muito mais avançadas e que permitem utilizar menos lenha na cozinha, logo com menos emissões de fumo e menos abate de árvores.
“O estudo tenta ver que tecnologias podem ser implementadas em Cabo Verde e quais as condições do país para, por exemplo, produzir esses equipamentos ”, sublinhou Anildo Costa, explicando que se trata de fogões melhorados, que permitem consumir menos lenha para produzir a mesma quantidade de alimentos.
O diretor-geral da Energia recordou que mais de 60 porcento dos Cabo-verdianos, nas zonas urbanas, usam o gás na cozinha mas que, infelizmente, também, no meio rural, a mesma percentagem não utiliza a lenha por razões sociais, económicas e até culturais.
A seu ver, esta situação coloca uma clara questão de género porque são as mulheres e meninas que lidam com a lenha e a cozinha, sem esquecerem que o fumo é prejudicial para todos, além da apanha sem controlo da mesma sem lesar o ambiente.
Ele considera que as tecnologias e equipamentos já usadas na África Ocidental, concretamente no Senegal, poderiam ser adaptadas às condições de Cabo Verde, devendo, no entanto, os fogões ser construídos localmente.
Quando confrontado com o facto de, no passado, os fogões melhorados não terem vingado Cabo Verde, ele admitiu que a sua introdução não é apenas “um problema tecnológico”, mas também “social e cultural”, para além do fato desse processo ter acontecido no quadro de projetos pontuais que não tiveram seguimento.
“E o seguimento é sobretudo social. As pessoas têm que se adaptar, têm que compreender que há vantagens na utilização desses equipamentos”, defendeu.
Neste sentido, Anildo Costa realçou que os projetos têm que ter continuidade de modo a seguirem as famílias o mais tempo possível para se ter a certeza de que os fogões melhorados foram adotados.
O diretor-geral da Energia confirmou que há famílias já dispostas a pagar pela nova tecnologia, mas admitiu que muitas outras não poderão fazer isso, pelo que propõe soluções que garantam algum apoio para a compra dos fogões melhorados.
Este seminário de validação do estudo diagnóstico sobre energias limpas para a cozinha foi organizado pelo Centro para as Energias Renováveis e Eficiência Energética da CEDEAO (ECREEE), em colaboração com a Direção-Geral da Energia e o Grupo Energias Renováveis, Ambiente e Solidariedade (GERES).
Trata-se de uma iniciativa da CEDEAO, conhecida como Aliança para a Coção Limpa na África Ocidental (WACCA, sigla em inglês), lançada no Fórum de Alto Nível de Energia da Comunidade, realizado em Accra (Ghana), a 30 de outubro de 2012, com o objetivo de construir um ambiente propício à adoção, em larga escala, de serviços limpos e eficazes para cozinhar em toda a sua região.
-0- PANA CS/DD 09jun2015