Agência Panafricana de Notícias

Estudante morto a tiro em Conakry

Conakry, Guiné (PANA) - Um estudante foi morto a tiro segunda-feira em Conkary durante o "Dia Cidade Morta" convocado pela oposição, indicaram várias rádios comunitárias da capital guineense.

As mesmas fontes asseguram que o estudante foi morto durante um confronto entre as forças da ordem e jovens da alta zona suburbana norte, bastião da oposição liderada pela União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG) de Cellou Dalein Diallo.

O apelo dos partidos da oposição para um "Dia Cidade Morta" que não conheceu o mesmo entusiasmo que as precedentes manifestações visava exprimir o descontentamento dos manifestantes pela vitória do campo presidencial nas legislativas de 28 de setembro último.

A palavra de ordem da oposição foi parcialmente acompanhada em Conakry onde os serviços, estabelecimentos comerciais e bancos funcionaram normalmente nalguns locais da cidade.

Pelo contrário, o mesmo apelo foi amplamente seguido em vários bairros da alta zona suburbana norte da capital, bastião da oposição.

Segundo várias testemunhas, contactadas por telefone, os jovens, armados de pedras, lutaram rudemente contra gendarmes que tentavam regular o tráfego nos bairros de Cosa, Bambéto, Hamdallaye, entre outros, onde os veículos rareavam e as lojas estavam encerradas.

Os comerciantes do grande mercado do país, Madina, na sua maioria militantes ou simpatizantes da UFDG, encerraram as lojas como de hábito quando a oposição organiza manifestações.

A Coligação do Povo da Guiné (RPG-arco-íris), no poder, obteve 53 dos 114 assentos da futura Assembleia Nacional que vai substituir o Conselho Nacional de Transição (CNT), um órgão consultivo) instaurado desde o golpe de Estado de dezembro de 2008 ocorrido depois da morte do Presidente Lansana Conté.

A UFDG obteve 37 assentos e a União das Forças Republicanas (UFR) do ex-primeiro-ministro Sidya Touré 10 lugares.

Os líderes da oposição anunciaram recentemente que iriam informar o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para lhe exprimir a sua recusa a aceitar os resultados, alegando que o partido no poder não pode ganhar as eleições sem fraude.

Indicaram igualmente que iriam reunir-se proximamente para dizer claramente se vão tomar assento ou não na nova Assembleia Nacional que vai pôr termo à transição que durou três anos.

O medianeiro Said Djiniit, representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas na África Ocidental chegou a Conakry algumas horas depois da divulgação dos resultados, e lembrou aos atores políticos os compromissos assumidos em julho passado por cada um dos campos para a eliminação da violência antes, durante e depois do escrutínio.

As últimas eleições legislativas foram organizadas em 2002 e boicotadas pela maioria dos partidos da oposição, denunciando "a falta de transparência".

-0- PANA AC/AAS/MAR/IZ 25nov2013