Agência Panafricana de Notícias

Estratégia da revolução verde africana adoptada na Namíbia

Windhoek- Namíbia (PANA) -- Uma estratégia da "revolução verde africana" acaba de ser adoptada em Windhoek para ajudar a relançar a produtividade agrícola, a produção e a segurança alimentares nos países africanos.
Adoptada terça-feira última pelos ministros africanos da Agricultura e por responsáveis de departamentos conexos durante uma conferência decorrida de 09 a 10 de Fevereiro corrente na capital namibiana, a "resolução verde africana" visa igualmente definir a via a seguir, em matéria de produção alimentar duradoura, no continente negro.
Sob o lema "Agricultura Africana no Século XXI: Enfrentar os desafios para realizar uma revolução verde duradoura", o encontro decidiu elevar os níveis da produção agrícola e produzir alimentos suficientes para a maioria da população do continente confrontada com uma miséria aguda.
"Aderímos ao apelo para uma revolução verde estritamente africana a fim de ajudar a relançar a produtividade agrícola, a produção alimentar e a segurança alimentar nacional.
Apoiamos o trabalho da Aliança para uma Revolução Verde em África (Agra) visando envidar esforços para a realização de uma revolução verde duradoura, com a colaboração dos Governos africanos, dos agricultores, dos doadores de fundos, do sector privado e da sociedade civil", lê-se no comunicado final da reunião.
A revolução verde africana deve ser completada pelos investimentos nas zonas rurais, um sector privilegiado do sector público, de acordo com a nota.
Os ministros acrescentaram que as instituições financeiras em África e outras agências de financiamento devem estar prontas para financiar a compra de alimentos e de instrumentos agrícolas.
"Estamos convencidos de que é preciso ultrapassarmos, com toda a urgência, os desafios com que está confrontada a agricultura africana.
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O que se precisa doravante é, por um lado, uma vontade política forte dos Governos para se tomarem medidas necessárias e, por outro lado, a da comunidade internacional para apoiar estas acções", indicaram os participantes.
No âmbito dos Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento, é estipulado que os países africanos devem garantir a sua segurança alimentar e reduzir para a metade o universo de pessoas desnutridas até 2015, referiu-se a fonte.
"Reconhecemos que a agricultura desempenha um papel essencial na cobertura das necessidades de uma população em pleno crescimento e que está inextricavelmente ligada à erradicação da pobreza, em particular nos países africanos onde a maioria da população depende deste sector para garantir a sua subsistência", indica o texto.
Os participantes neste encontro apelaram aos Governos africanos para consagrarem 10 por cento dos seus orçamentos nacionais à agricultura e ao desenvolvimento rural.
Na sua opinião, as capacidades de exportação limitadas das economias africanas, a sua fraca base tecnológica, a ausência de estruturas de armazenamento modernas e comercialização impedem os países africanos de serem competitivos no mercado mundial das exportações.
"A África faz face a desafios múltiplos para manter uma população com crescimento rápido.
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Por conseguinte, somos conscientes da potencialidade substancial da inovação agrícola para transformarmos as condições de vida das populações africanas tirando-as da pobreza", disse o ministro namibiano da Agricultura e Silvicultura, John Mutorwa.
O governante namibiano estimou que os Africanos devem participar na economia mundial, isto pressupõe, a seu ver, a necessidade de uma cooperação estreita entre a África e o resto do mundo no tocante às questões de desenvolvimento agrícola", concluiu Mutorwa.