Estrangeiros refugiam-se em igreja do Cabo na África do Sul
Cidado do Cabo, África do Sul (PANA) – Várias centenas de cidadãos estrangeiros refugiaram-se na Igreja Metodista Central da cidade do Cabo, depois de a Polícia lançar quarta-feira granadas lacrimogéneas para os dispersar diante das instalações do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), onde estavam acampados.
Os manifestantes, que são todos oriundos de países africanos, pediram o seu repatriamento da África do Sul após a recente onda de violência xenófoba que abalou o país
Apesar de essa onda de violência acontecer em setembro último, em Joanesburgo e em Pretória, e ser rapidamente controlada, os estrangeiros instalados no Cabo dizem sentir-se “ indesejáveis e em perigo”.
Várias pessoas ficaram feridas depois de a Polícia fortemente armada ter intervindo para “ limpar o local”, rodeado de estabelecimentos comerciais e empresas. A Polícia afirma ter recebido uma ordem do Tribunal.
Os refugiados foram ajudados pelo reverendo Alan Storey, que se interpôs para evitar que uma canoa de água fosse utilizada contra eles para os dispersar. Os manifestantes estavam no local há três semanas.
A Comissão Sul-africana dos Direitos Humanos efeutou uma visita a vários refugiados que estão retidos no Comissariado Central do Cabo.
Por outro lado, a Amnistia Internacional (AI) pediu à Polícia sul-africana para demonstrar moderação face aos manifestantes.
« O uso de cartuchos vazios e de granadas neutralizantes é inútil e exacerbou claramente a situação. Além disso, nós estamos preocupados com o facto de que métodos sejam utilizados na presença de crianças, o que poderá causar traumatismos e ferimentos.
"As autoridades são os primeiros responsáveis e elas devem encontrar com urgência meios alternativos e mais seguros de fazer face a esta multidão”, declarou a diretora executiva da AI para a África do Sul, Shnilla Mohamed.
-0- PANA CU/MA/NFB/JSG/FK/IZ 31out2019