Agência Panafricana de Notícias

Estados Unidos querem reforçar laços com Nigéria

Abuja- Nigéria (PANA) -- A Secretária de Estado americana, Hillary Clinton, declarou quarta-feira na Nigéria que os Estados Unidos desejavam muito o "desenvolvimento de laços mais fortes" com este país da África Ocidental.
Hillary Clinton falava durante um encontro com a ministra nigeriana dos Negócios Estrangeiros, Ojo Maduekwe, depois da sua chegada terça- feira à noite à Nigéria, quinta etapa da sua digressão de 11 dias por sete países africanos.
As discussões desembocaram na criação duma comissão bilateral para promover as relações entre os dois países.
Hillary Clinton declarou mais tarde durante uma conferência de imprensa que a futura comissão binacional deverá interessar-se "numa série de questões a níveis nacional, estatal e local".
Segundo ela, a América considera a Nigéria como uma aliada importante e que devido ao seu papel de liderança em África é essencial para o país ter êxito.
"Sem a Nigéria, a Libéria não seria livre e a Serra Leoa não estaria em paz", indicou, saudando o papel de manutenção da paz da Nigéria no mundo.
Notou igualmente que a Nigéria se pronunciou contra os golpes de Estado e a ditadura na Mauritânia, na Guiné Conakry, no Níger e no Zimbabwe, e que o Exército nigeriano colaborava com as forças armadas americanas no Golfo da Guiné para controlar os movimentos rebeldes, o tráfico de droga e o tráfico de armas.
Os Estados Unidos vão apoiar a Nigéria para as eleições de 2011, prometeu, sublinhando que Washington apoiava os esforços da administração do Presidente Umaru Yar'adua para resolver a crise na região petrolífera do Delta do Níger.
Relativamente à corrupção, a chefe da diplomacia americana disse que os outros países africanos deveriam aprender da experiência do Botswana, que "tem uma democracia duradoura e uma economia estável".
Lembrou que o Botswana desenvolveu um quadro jurídico que garante que o dinheiro proveniente das suas exportações de diamante seja gasto no interesse do povo.
"Sendo um Estado soberano, cabe a vocês, Nigerianos, decidir aprender do Botswana ou não.
Mas faremos o nosso melhor para instaurar as medidas que vão velar por que os recursos naturais africanos sejam utilizados para o bem do povo", prometeu Hillary Clinton.
Durante a conferência de imprensa, Maduekwe reconheceu "a injustiça histórica" feita na região do Delta do Níger, mas assegurou que o Governo se empregava a resolver este problema.
Ela manifestou o seu optimiso de ver a amnistia concedida aos rebeldes pela administração de Yar'adua desembocar no restabelecimento da paz e acelerar o desenvolvimento nesta região.
O ministro negou que a Nigéria era um refúgio para os extremistas islamitas, ao afirmar que "não temos impulsões suicidas".
"Gostamos da vida.
Sabemos que há um paraíso, mas não desejamos ir lá ao fazer coisas estúpidas.
O fanatismo não pode implantar- se na Nigéria", assegurou.
Maduekwe indicou que as agências de segurança estudavam a possibilidade duma implicação estrangeira na recente crise de "Boko Haram" nos Estados de Kano, Bauchi, Yobe e Borno, no norte da Nigéria com maioria muçulmana, que fez cerca de 800 mortos e quatro mil deslocados.
Hillary Clinton, que se reuniu precedentemente com os líderes políticos, encontrou-se também com o Presidente Yar'Adua.
Ela deixa Abuja quinta-feira para a Libéria, próxima etapa da sua visita que já a levou ao Quénia, à África do Sul, a Angola e à RD Congo e terminará em Cabo Verde.