Estados Unidos e Grã-Bretanha prometem restaurar processo político na Líbia
Tripoli, Líbia (PANA) - O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e o seu homólogo britânico, Jeremy Hunt, sublinharam "o seu compromisso de continuar os esforços diplomáticos para descongelar a situação no terreno na Líbia e restaurar o processo político", revelou sábado a imprensa líbia, citando um comunicado do Departamento de Estado norte-americano.
A escalada militar está no seu auge perto de Trípoli, onde decorrem combates entre as forças do Exército Nacional Líbio (LNA, sigla em inglês), liderado por Khalifa Haftar, que lançou uma ofensiva militar a 4 de Abril passado, para conquistar a capital líbia, e tropas leais ao Governo de Acordo Nacional (GN) reconhecido pela comunidade internacional.
"O secretário de Estado, Mike Pompeo, conversou por telefone com o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, para discutir sobre as principais prioridades globais, incluindo a resolução de conflitos na Líbia e no Iémen e a segurança das estruturas vitais, incluindo o G5", indica a nota postada no site oficial do Departamento de Estado.
Sobre a Líbia, os dois estadistas sublinharam a sua vontade de continuar os esforços diplomáticos para resolver a atual situação no terreno e regressar ao processo político", indica o comunicado.
O processo político foi interrompido desde a ofensiva militar contra Tripoli, que obrigou o enviado da ONU na Líbia, Ghassan Salamé, a adiar a Conferência Nacional inclusiva, prevista para 14 a 16 de Abril, com o objetivo de se chegar ao consenso na Líbia sobre o calendário da agenda eleitoral para pôr termo à transição no país.
A Casa Branca anunciou, sexta-feira, uma outra conversa telefónica ocorrida, segunda-feira, entre o Presidente Donald Trump e o Marechal Khalifa Haftar sobre como proteger os campos de petróleo, na Líbia.
Pelo menos 213 pessoas foram mortas e mil e nove ficaram feridas, até agora, nos confrontos em Trípoli, desde a ofensiva militar lançada a 4 de Abril pelo LNA liderado por Khalifa Haftar.
Em duas semanas, os confrontos armados obrigaram cerca de 25 mil pessoas a abandonar as suas casas, o que ilustra a deterioração da situação humanitária causada por esta guerra mortal, que constitui uma fonte de preocupação para as organizações do sistema das Nações Unidas devido aos seus efeitos sobre a população civil.
No plano político, o fracasso do Conselho de Segurança das Nações Unidas em harmonizar as posições dos seus membros sobre um projeto de resolução apresentado pela Alemanha, destinado a pôr fim aos combates em curso, na periferia de Trípoli, mostra a persistência da lógica de guerra, tanto entre os protagonistas líbios como entre os países estrangeiros.
Perante esta atitude, o GNA e os habitantes de Trípoli, a capital, sentem-se abandonados pelo Mundo e entregues à sua sorte, enquanto a sua cidade é alvo de disparos indiscriminados de foguetes que afetam as zonas residenciais.
-0- PANA BY/JSG/CJB/IZ 21abril2019