Estado chamado a reforçar segurança de deslocados no leste da RDC
Kinshasa, RD Congo (PANA) - Atores da sociedade civil lembraram domingo às autoridades congolesas a necessidade de reforçarem a segurança de pessoas deslocadas em Kivu-Norte (leste), soube a PANA de fonte oficial.
"Estamos a pedir o envolvimento de todas autoridades para verem realmente o aquilo que se passa nestes campos. É bom que haja reforço de medidas de segurança. Senão, vamos registar cada vez mais vítimas", alertou o coordenador do bairro Lac Vert, Dedesi Mitima.
Ele disse estar cercado por seis campos de deslocados que se juntam a vários compatriotas provenientes de zonas em guerra.
"Registamos sempre em diferentes campos, sobretudo no Bulengo, matanças, detonações de armas pesadas e ligeiras, fuzilamento, incursões militares e de Wazalendo (patriotas, em quisswaili). Há feridos por balas. Portanto, homens armados ainda circulam dentro dos campos (de deslocados). É a comunidade que está direitamente afetada por esta insegurança", alertou.
Acrescentou que os casos de morte por balas são cada vez mais assinalados no interior e nos arredores dos campos de deslocados em Goma (capital de Kivu-Norte) e em Nyiragongo (na mesma província).
Na noite da sexta-feira para sábado últimos, uma menina foi morta por bandidos armados na localidade de Muja, em Nyrangongo, tendo este incidente ocorrido no rescaldo da morte por bala de um deslocado na localidade de Rusayo, sempre em Nyiragongo.
No mesmo contexto, um relator da sociedade civil, Thierry Gasasiro, indicou que, desde o início da semana finda, foram relatados quatro casos de pessoas fuziladas por homens armados.
Ao nível da localidade de Rusayo, por exemplo, prosseguiu, um deslocado foi morto a tiro por militares fardados.
"Na noite de ontém (sábado último), uma menina de 17 anos de idade foi mortalmente baleada por indivíduos desconhecidos armados", denunciou.
Disse que, todos os dias, há detonações e que, infelizmente, não se nota a presença dad autoridades para porem fim a esta situação.
Daí nos pedirmos ao governador da província (de Kivu-Norte) para se envolver pessoalmente.
"Pedimos também às autoridades militares para pararem com estes crimes que cometem homens armados", martelou.
A situaçao é similar dentro e à volta dos campos de deslocados situados no oeste de Goma onde são relatados diariamente, entre outros casos, matança, roubos e violações sexuais.
Em maio último, bombas caíram nos campos de deslocados de Mugunga, na periferia da cidade de Goma, fazendo 35 mortos, recorda-se.
-0- PANA KON/JSG/DD 9junho2024