Agência Panafricana de Notícias

Espécie de úlcera desconhecida afeta 1904 Santomenses

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) – Uma espécie de úlcera desconhecida que já afetou mil e 904 pessoas em São Tomé e Príncipe, com início de casos em finais de 2016, levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a enviar para o arquipélago um especialista em "úlcera burilha”, para verificar as origens e o tratamento da doença.

Fonte oficial em São Tomé indicou, segunda-feira, que as autoridades sanitárias locais procuram uma segunda linha de tratamento eficaz para a cura de pessoas portadoras da doença estranha, enquanto os serviços de saúde do arquipélago se revelam incapazes de detetar a sua origem e o que tem preocupado muitos Santomenses.

“Estou cá em São Tomé para confirmar a existência ou suspeita de celulite ou Úlcera Nicrozante que está a afetar os Santomenses há já dois meses", disse um dos especialistas do Benin enviado pela OMS na sequência de um pedido formulado pelas autoridades de São Tomé.

Segundo ele, "é preciso ter cuidado quando se diz que se trata de uma celulite ou se estamos perante uma Úlcera Nicrozante, como se têm dito. Daí que é muito difícil avançar de que tipo de doença se trata. A nossa visita visa justamente diagnosticar o tipo de patologia”, acrescentou.

Por seu turno, a diretora de Cuidados Primários de Saúde, Maria Tomé, garantiu que, tudo quanto se sabe, é que seja possivelmente uma úlcera denominada "Úlcera Nicrozante" mas que não se conhece até hoje o seu agente patológico.

Maria Tomé acrescentou que, neste processo, as autoridades sanitárias contam com a presença de um infecionista português "que nos ajudou bastante com uma linha terapêutica provisória".

“Não conhecemos o agente patológico, e o Ministério da Saúde fez advocacia junto da OMS, para que viesse um especialista em Úlcera de Buruli, isto porque, pelas imagens que enviamos, tudo leva a crer que é uma Ulcera de Buruly", afirmou.

A médica considerou o assunto preocupante, dado que os doentes fazem um longo internamento, havendo pacientes internados desde finais de outubro ou novembro do ano passado, o que tem muito oneroso para as finanças do hospital.

Por enquanto, confirmou, não existem casos de mortes diretamente relacionadas com a doença, mas apenas de pacientes com imunidades baixas em virtude de doenças associadas, incluindo diabetes, que "não conseguem resistir e acabam por falecer.

Coceira, inchaço das pernas, pele avermelhada e constituição de bolhas ou filequitemas e dores intensas nos membros inferiores são os principais sintomas da doença que deixam depois uma espécie de queimaduras intensas na pele com corrimentos.

Devido à gravidade da doença “spots publicitários” de alerta à população estão a ser transmitidos nos órgãos de Comunicação Social estatal com rádio e televisão, alertando a população para o perigo da doença e os seus sintomas e cuidados a ter.

-0- PANA RMG/IZ 31jan2017