Espanha prepara repatriamento forçado de migrantes tunisinos
Túnis, Tunísia (PANA) – Espanha prepara-se para repatriar compulsivamente 600 migrantes tunisinos, a partir do centro de contenção do enclave espanhol de Melilla, em colaboração com a Embaixada da Tunísia, anunciou o ministro espanhol do Interior, Fernando Grande Marlaska.
A informação foi dada terça-feira pelo presidente do Fórum Tunisino dos Direitos Económicos e Sociais, Abdrrahmane Hedhili.
Afirmou ter pedido, ao ministro espanhol do Interior, desculpas por os ter retido por constrangimento durante longos meses e exposto as suas vida ao perigo durante todo este período.
Deplorou que as autoridades espanholas ignorassem recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), mantendo-os em condições desumanas, em centros sobrelotados, onde não foram respeitadas as medidas preventivas nem as condições de preservação da saúde, pondo assim as suas vidas em perigo.
Hedhili exortou ao Governo tunisino a dizer toda a verdade sobre a colaboração da missão diplomática tunisina em Madrid (capital espanhola) com as autoridades locais com vista ao repatriamento destes Tunisinos coletiva e compulsivamente.
Saudou no entanto a posição das organizações espanholas de defesa dos direitos humanos, que rejeitam as violações dos direitos dos migrantes.
Centenas de migrantes clandestinos tunisinos estão retidos num centro em Melilla, há mais de oito meses, após terem partido de Marrocos, por via terrestre, para a Espanha.
Estes migrantes pediram, várias vezes, a sua libertação do centro, que conta mais de duas mil pessoas de diferentes nacionalidades, quando a sua capacidade máxima é de 500 indivíduos, em condições sanitárias precárias, refere-se.
-0- PANA YY/IN/JSG/MAR/DD 29abril2020