Agência Panafricana de Notícias

Empossamento de novo primeiro-ministro etíope um grande desafio, dizem analistas

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – Após a inumação do falecido primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi, o seu sucessor, Hailemariam Desalegn, deve enfrentar o seu primeiro desafio, precisamente a sua investidura enquanto presidente do Partido Democrático Revolucionário do Povo Etíope (EPRDF, no poder), antes de assumir o poder para um mandato de três anos, segundo analistas.

Além disto, Desalegn deve ainda enfrenta outros problemas, dos quais a sua aceitação pelos chefes da Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF), movimento do falecido Meles Zenawi, que se rebelava contra o regime de Mengistu Hailemariam, exilado no Zimbabwe desde a sua derrube nos anos 1990.

A candidatura de Hailemariam Desalegn que, para muitos, foi promovida por Meles, ao posto de vice-primeiro-ministro e líder-adjunto do EPRDF, será submetida a uma sessão parlamentar especial para o avalizar como sucessor oficial do finado Zenawi para um mandato de três anos.

No início do seu quarto mandato, após ter vencido com a maioria absoluto no Parlamento, Meles prometeu criar um sistema consultivo que desempenhasse um papel conciliador entre as diferentes forças políticas e a agenda legislativa governamental.

Os candidatos derrotados às legislativas foram obrigados a fugir por medo de ser acusados de crimes eventualmente cometidos durante o período pré-eleitoral em 2010.

Uma vez realizada esta etapa, o próximo desafio maior será o de construir um sistema político unido que possa trazer de volta centenas de intelectuais e opositores políticos etíopes em exílio.

Os intelectuais etíopes consideram que a prioridade absoluta da nova administração é garantir a realização de um verdadeiro diálogo.

"Eles (políticos) devem abrir o espaço político e incluir todos os líderes da oposição para o advento de uma Etiópia democrática na qual os direitos individuais sejam respeitados sem condição, onde os cidadãos tenham as mesmas opoerunidades na sua busca da felicidade e na escolha do Governo", segundo Selem Beyene, um ativista dos direitos humanos.

Hailemariam, proveniente de uma comunidade menos povoada no sul da Etiópia, é muitas vezes considerado como um outsider pelos mais influentes do EPRDF, que lhe preferem um outro.

Todavia, segundo uma fonte próxima dos quadros políticos do EPRDF, o primeiro-ministro interino já grangeou um consenso que lhe permite dirigir, durante três anos, e ser o candidato do partido em 2015.

Um telefonema do atual Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alguns dias após o falecimento de Meles, é interpretado como um aprovação tácita do novo primeiro-ministro por esta grande potência aliada deste país do Corno de África.

No início do seu quarto mandato, após ter vencido com a maioria absoluto no Parlamento, Meles prometeu criar um sistema consultivo que desempenhasse um papel conciliador entre as diferentes forças políticas e a agenda legislativa governamental.

Os candidatos derrotados às legislativas foram obrigados a fugir por medo de ser acusados de crimes eventualmente cometidos durante o período pré-eleitoral em 2010.

Analistas políticos pensam, por sua vez, que o partido no poder não parce abalado por esta mudança na liderança.

Relativamente à missão do novo primeiro-ministro, eles consideram que ela deve consistir em tirar a Etiópia da síndroma da dependência face a doadores de fundo e baixar a inflação no quadro de um plano de transição bem sucedido.

-0- PANA AO/SEG/NFB/JSG/IBA/CJB/DD 03set2012