PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Embaixador desmente nacionalidade ivoiriense de empresário detido em Angola
Luanda, Angola (PANA) - O empresário Dabine Dabire, que diz ser de nacionalidades ivoiriense e burkinabe, detido em Luanda por alegada fraude e tráfico de influência "não é cidadão ivoiriense", declarou o embaixador da Côte d'Ivoire em Angola, Desiré Bosson Assamai.
De 46 anos de idade, Dabire está detido em Angola desde maio passado por alegada prática dos crimes de "burla por defraudação, associação criminosa, corrupção ativa e tráfico de influência", segundo o Serviço de Investigação Criminal (SIC) que na altura o apresentou como "empresário ivoiriense".
Em reação a essa detenção ordenada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana,
o diplomata ivoiriense afirmou quinta-feira que não se trata de cidadão ivoiriense.
“Da investigação feita pela Embaixada (da Côte D'Ivoire), concluiu-se que Dabine Dabire não é ivoiriense", declarou Desiré Assamai sem contudo precisar a verdadeira nacionalidade do indivíduo.
Ele sublinhou que o seu país tem interesse por cooperar com Angola e ajudar no seu desenvolvimento económico.
Dabire está em Angola há mais de um ano, e teria apresentado às autoridades angolanas propostas fictícias para a construção de novas cidades em várias províncias, incluindo em Luanda, alegadamente com fundos próprios e através da sua empresa “Mas Group”.
As denúncias contra ele começaram a circular no país em março deste ano, quando a imprensa angolana o descreveu como "charlatão", imputando-lhe planos para fazer-se passar por um empresário idóneo que se propunha financiar vários projetos de construção.
Entre tais projetos, ele teria prometido transformar a região do litoral angolano numa "nova Califórnia", e construir um porto de águas profundas e uma zona industrial no sul do país.
Até à sua detenção, ele estava hospedado no luxuoso Hotel Talatona, um dos mais caros de Luanda, e tinha alegadamente "todo o apoio das autoridades angolanas que colocaram à sua disposição agentes de segurança para a sua proteção na capital do país".
Nesse hotel, Dabine Dabire teria mantido várias reuniões com altos funcionários do Estado e empresários privados para abordar eventuais parcerias e pedir a estes a sua entrada com pequenas participações nos projetos em que ele seria supostamente o financiador principal.
De acordo ainda com as mesmas denúncias, ele chegou inclusive a ser recebido pelo então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e mais tarde pelo atual chefe de Estado, João Lourenço, tendo prometido investir oito biliões de dólares americanos em Angola.
As desconfianças em torno da sua idoneidade teriam surgido quando "começou a ser ameaçado de despejo do Hotel Talatona, por falta de pagamento das suas despesas diárias".
No complexo hoteleiro onde estava hospedado, ele ocupava duas suites presidenciais, aparentemente "para dar a aparência de uma alta figura de negócio".
Uma das suites era usada como seu aposento privado e a outra como seu escritório onde recebia as entidades angolanas, encontros que ele alegadamente aproveitava para causar uma boa impressão, com a projeção de um vídeo sobre a sua vida empresarial, mostrando imagens suas a descer de jatos privados na Itália e em outros países, sobretudo do primeiro mundo.
Por não falar português, as autoridades teriam colocado à sua disposição um tradutor oficial, na altura apresentado igualmente como oficial superior das Forças Armadas Angolanas (FAA).
No seu site profissional (http://www.dabinedabire.com), Dabine Dabire é apresentado como um empresário de renome internacional e presidente de vários grupos empresariais como o “Futuro de Africa”, que tem supostamente financiado muitos projetos no continente.
Mas pouco depois da sua detenção, dois hotéis da capital angolana, incluindo o Talatona, confirmaram que "o empresário ivoiriense Dabine Dabire pagou todas as despesas relacionadas com a sua hospedagem".
Em documentos enviados pelos seus advogados de defesa, os hotéis Epic Sana e Talatona atestam que o empresário "pagou antecipadamente, as contas com um cartão de crédito".
-0- PANA IZ 01junho2018
De 46 anos de idade, Dabire está detido em Angola desde maio passado por alegada prática dos crimes de "burla por defraudação, associação criminosa, corrupção ativa e tráfico de influência", segundo o Serviço de Investigação Criminal (SIC) que na altura o apresentou como "empresário ivoiriense".
Em reação a essa detenção ordenada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana,
o diplomata ivoiriense afirmou quinta-feira que não se trata de cidadão ivoiriense.
“Da investigação feita pela Embaixada (da Côte D'Ivoire), concluiu-se que Dabine Dabire não é ivoiriense", declarou Desiré Assamai sem contudo precisar a verdadeira nacionalidade do indivíduo.
Ele sublinhou que o seu país tem interesse por cooperar com Angola e ajudar no seu desenvolvimento económico.
Dabire está em Angola há mais de um ano, e teria apresentado às autoridades angolanas propostas fictícias para a construção de novas cidades em várias províncias, incluindo em Luanda, alegadamente com fundos próprios e através da sua empresa “Mas Group”.
As denúncias contra ele começaram a circular no país em março deste ano, quando a imprensa angolana o descreveu como "charlatão", imputando-lhe planos para fazer-se passar por um empresário idóneo que se propunha financiar vários projetos de construção.
Entre tais projetos, ele teria prometido transformar a região do litoral angolano numa "nova Califórnia", e construir um porto de águas profundas e uma zona industrial no sul do país.
Até à sua detenção, ele estava hospedado no luxuoso Hotel Talatona, um dos mais caros de Luanda, e tinha alegadamente "todo o apoio das autoridades angolanas que colocaram à sua disposição agentes de segurança para a sua proteção na capital do país".
Nesse hotel, Dabine Dabire teria mantido várias reuniões com altos funcionários do Estado e empresários privados para abordar eventuais parcerias e pedir a estes a sua entrada com pequenas participações nos projetos em que ele seria supostamente o financiador principal.
De acordo ainda com as mesmas denúncias, ele chegou inclusive a ser recebido pelo então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e mais tarde pelo atual chefe de Estado, João Lourenço, tendo prometido investir oito biliões de dólares americanos em Angola.
As desconfianças em torno da sua idoneidade teriam surgido quando "começou a ser ameaçado de despejo do Hotel Talatona, por falta de pagamento das suas despesas diárias".
No complexo hoteleiro onde estava hospedado, ele ocupava duas suites presidenciais, aparentemente "para dar a aparência de uma alta figura de negócio".
Uma das suites era usada como seu aposento privado e a outra como seu escritório onde recebia as entidades angolanas, encontros que ele alegadamente aproveitava para causar uma boa impressão, com a projeção de um vídeo sobre a sua vida empresarial, mostrando imagens suas a descer de jatos privados na Itália e em outros países, sobretudo do primeiro mundo.
Por não falar português, as autoridades teriam colocado à sua disposição um tradutor oficial, na altura apresentado igualmente como oficial superior das Forças Armadas Angolanas (FAA).
No seu site profissional (http://www.dabinedabire.com), Dabine Dabire é apresentado como um empresário de renome internacional e presidente de vários grupos empresariais como o “Futuro de Africa”, que tem supostamente financiado muitos projetos no continente.
Mas pouco depois da sua detenção, dois hotéis da capital angolana, incluindo o Talatona, confirmaram que "o empresário ivoiriense Dabine Dabire pagou todas as despesas relacionadas com a sua hospedagem".
Em documentos enviados pelos seus advogados de defesa, os hotéis Epic Sana e Talatona atestam que o empresário "pagou antecipadamente, as contas com um cartão de crédito".
-0- PANA IZ 01junho2018